O presidente Jair Bolsonaro reagiu na quinta-feira à reportagem da revista Veja sobre os indícios de lavagem de dinheiro contra seu fi lho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), por meio da comercialização de imóveis. O presidente afirmou tratar-se de “uma jogadinha” e que a finalidade da investigação do Ministério Público é atingi-lo.
“Isso é uma jogadinha. Quebraram o sigilo bancário dele desde o ano passado e agora para dar um verniz de legalidade, quebraram oficialmente o sigilo dele e mais 93 pessoas?”, afirmou à imprensa em Dallas, onde receberá o prêmio “Personalidade do Ano” da Câmara de Comércio Americano- -Brasileiro. “O objetivo é me atingir”, completou.
Bolsonaro alegou ser a quebra de sigilo de seu fi lho e a consequente investigação uma “ilegalidade”. “Fizeram aquilo para cá, para me prejudicar”, disse. “Agora, estão fazendo um esculacho em cima do meu fi lho”. Reportagem de Veja publicada na quarta-feira 15 informa que, ao pedir à Justiça a quebra do sigilo bancário e fiscal de 95 pessoas e empresas relacionadas ao senador Bolsonaro, no dia 15 de abril, o Ministério Público do Rio de Janeiro apontou indícios de que o parlamentar tenha utilizado a compra e venda de imóveis no Rio de Janeiro para lavar dinheiro.
VEJA teve acesso às 87 páginas do documento que embasou o pedido de quebra de sigilo autorizado pelo juiz da 27ª Vara Criminal do Rio. Segundo os promotores, entre 2010 e 2017, o então deputado estadual lucrou 3,089 milhões de reais em transações imobiliárias em que há “suspeitas de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas”.
No período, ele investiu 9,425 milhões de reais na compra de dezenove imóveis, entre salas e apartamentos. Faturou mais no mercado imobiliário do que como deputado. “Querem me atingir? Então venham para cima de mim, podem vir para cima de mim. Querem quebrar meu sigilo? Eu sei que tem de toda forma, mas eu abro meu sigilo. Não vão me pegar”, declarou o presidente.