ESTADO – O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta segunda-feira, 13, que tenha pedido ajuda ao presidente dos EUA, Joe Biden, para garantir sua reeleição em outubro.
Segundo reportagem publicada pela Bloomberg no último sábado, 11, Bolsonaro pediu ajuda a Biden para vencer a corrida presidencial este ano e retratou seu principal adversário nas urnas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como um “risco para os interesses americanos”. A declaração, de acordo com o serviço de notícias, ocorreu em um encontro privado entre ambos os presidentes durante a Cúpula das Américas.
“Não existe isso aí. Teve uma reunião bilateral ampliada, com 20 pessoas presentes, 30 minutos de conversa e depois pedi uma reservada com Joe Biden. O que nós tratamos ali é reservado, cada um pode falar o que bem entender. O que eu conversei com Biden não sai de mim e não sai do Carlos França (Ministro das Relações Exteriores)”, disse, reforçando que a matéria seria apenas “especulação”.
A Bloomberg atribuiu a informação a fontes anônimas “familiarizadas com o tema”.
A reportagem causou reação entre políticos brasileiros. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que integra a campanha de Lula, opinou nas redes que o suposto pedido de ajuda deveria configurar crime.
“Em qualquer lugar do mundo, pedir a intervenção de uma nação estrangeira em assuntos internos é crime de alta traição à pátria”, publicou.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, concordou com o parlamentar e disse que o episódio é “caso de impeachment”.
“É humilhante para o Brasil ter um presidente que pede ajuda aos EUA para ganhar eleições. Pediu um golpe! Despreza a soberania popular. Tem razão, Randolfe, é caso de impeachment”, escreveu.