Jehozadak Pereira Claudia Hoerig, cidadã americana naturalizada, que foi extraditada do Brasil para os Estados Unidos foi considerada culpada na quinta-feira, 24, de assassinato agravado na morte de seu marido, Karl Hoerig, em 2007. O júri deliberou cerca de três horas antes de chegar ao veredicto no tribunal de Trumbull County Common Pleas, no Estado do Ohio.
Claudia será sentenciada no dia 8 de fevereiro. O Promotor do condado de Trumbull, Dennis Watkins, disse estar satisfeito com o veredicto após uma ‘longa jornada’, mas reservará mais comentários para depois que a sentença for anunciada. Paul Hoerig, irmão de Karl Hoerig, chamou o veredicto de ‘emocionante’, mas também disse que não vai fazer nenhum comentário até a sentença.
Claudia chorou o tempo todo e antes mesmo de o veredicto ser lido, segurando um lenço de papel no rosto. Ela continuou mostrando suas emoções após o veredicto. Houve uma negociação diplomática de quase 11 anos entre os Estados Unidos e o Brasil sobre se Claudia Hoerig, 54 anos, deveria ser extraditado para os Estados Unidos depois de fugir de Newton Falls para o Brasil, depois de matar seu marido em sua casa em Newton Falls em 2007.
Após as decisões do Suprema Tribunal Federal, o governo brasileiro permitiu que Claudia Hoerig fosse extraditada em 17 de janeiro de 2018 e trazida de volta para ser julgada pelo assassinato do seu marido. ENTENDA O CASO A carioca Claudia Cristina Sobral Hoerig foi extraditada do Brasil para os Estados Unidos para ser julgada pela justiça pelo assassinato de Karl Hoerig, ex-piloto da US Air Force.
Claudia Hoerig é a primeira brasileira na história a ser extraditada para ser julgada no exterior. Claudia chegou nos Estados Unidos na década de 1990, casando-se com o médico Thomas Bolte, obtendo o status de residente permanente.
Em 1999 tornou-se cidadã americana por causa da sua profissão o que lhe proporcionou obter um ganho maior. Já separada do médico Bolte, Claudia conheceu Karl Hoerig em um site de relacionamentos na internet e se casaram em 2005 indo morar no Estado de Ohio, onde o marido era piloto comercial. Hoerig havia combatido no Afeganistão e no Iraque. Por causa de problemas de relacionamento o casamento que foi marcado por brigas, discussões e confusões durou dois anos e no dia 15 de março de 2007, o corpo de Karl foi encontrado baleado.
Cinco dias antes do assassinato de Karl Hoerig, Claudia havia comprado um revólver calibre 357 e a perícia constatou que as balas que mataram o americano eram da mesma arma, uma pistola Smith & Wesson. No dia em que o veterano foi assassinado, Claudia embarcou apressadamente para o Brasil, sendo considerada uma fugitiva internacional com mandado de prisão e teve o seu nome incluído na lista de procurados pela Interpol.
Já que Claudia Hoerig havia se tornado uma cidadã americana, o Governo dos Estados Unidos pediu a sua extradição e seu caso foi parar no Supremo Tribunal Federal que entendeu que ela havia aberto mão da cidadania brasileira, que havia sido defi nitivamente cancelada, o que foi confi rmado pelo STF em julho de 2013.
O entendimento do STF deu-se em razão do artigo 12º da Constituição do Brasil que prevê a perda da nacionalidade brasileira quando outra é adquirida. Embora haja algumas exceções, nenhuma delas de aplicou no caso de Claudia. Embora o veredito do STF não tenha sido unânime, a sua extradição foi aprovada e os seus advogados tentaram um habeas corpus dois dias antes da extradição, que foi negado. Claudia Hoerig não poderá ser condenada à morte e nem a prisão perpétua e sua pena estará limitada a 30 anos, conforme reza a constituição brasileira, e que consta do acordo de extradição.