JSNEWS – O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), informou nessa sexta-feira, 30, que o cidadão brasileiro Rafael De Jesus-Ribeiro, de 39 anos residente em Framingham, Massachusetts, declarou-se culpado no United States District Court for the District of Massachusetts, em Boston, pela acusação de reentrada ilegal nos Estados Unidos após deportação. A sentença, a ser determinada pela juíza federal Indira Talwani, está marcada para 9 de junho de 2025. O caso, anunciado pela procuradora dos Estados Unidos, Leah Foley, e pela diretora do Escritório de Campo de Boston da Imigração e Alfândega (ICE), Patricia H. Hyde, e reflete a intensificação das ações contra reentradas ilegais no país.
De acordo com a denúncia formal, apresentada por um grande júri federal em fevereiro de 2025, Rafael foi deportado em 17 de julho de 2019, após cruzar ilegalmente a fronteira do Texas e ser interceptado pela Patrulha de Fronteira, ocasião em que apresentou documentos falsos.
Após essa remoção, ele retornou aos Estados Unidos sem autorização, quando foi detido por oficiais do ICE em 13 de janeiro de 2025, após ser identificado como um reentrante ilegal.
Embora os detalhes exatos de como ele foi localizado não sejam totalmente públicos, a identificação provavelmente ocorreu por meio de verificações em bancos de dados da imigração ou denúncias locais, práticas comuns em operações do ICE, como a Operation Cross Check, que em 2025 resultou na prisão de diversos indivíduos por reentrada ilegal.
A acusação de reentrada ilegal prevê pena de até dois anos de prisão, um ano de liberdade condicional e multa de até US$ 250 mil, com o réu sujeito a novos procedimentos de deportação após a sentença, conforme as Diretrizes de Sentenciamento dos EUA. O caso está sob a responsabilidade do procurador-assistente Eric L. Hawkins, da Unidade de Crimes Graves.
Contexto mais amplo de reentradas ilegais
Casos como o de Rafael De Jesus-Ribeiro são parte de um cenário mais amplo. Dados da United States Sentencing Commission mostram que, em 2024, 72,4% dos 17.336 casos de imigração processados nos EUA envolveram reentrada ilegal, com uma pena média de 12 meses.
A maioria dos processados (99%) é de origem hispânica, com idade média de 39 anos, e 33,8% possui pouco ou nenhum histórico criminal prévio. No ano fiscal de 2024, o ICE realizou mais de 271.000 deportações, o maior número em uma década, com 82% dos casos envolvendo migrantes detidos na fronteira.
No primeiro trimestre de 2025, o ICE reportou 66.463 prisões de imigrantes ilegais, sendo três em cada quatro considerados criminosos, incluindo 1.155 membros de gangues e 39 suspeitos de terrorismo.
Outros casos recentes ilustram o foco do ICE em reentradas ilegais
Em Minneapolis, cinco mexicanos foram indiciados em 2025 por reentrada ilegal após prisões durante a Operation Cross Check, que resultou em 370 detenções em 10 estados. Em outro caso, um cidadão mexicano no Colorado, com histórico de múltiplas reentradas e condenações por crimes como homicídio e tráfico de drogas, foi preso após verificações de antecedentes. Esses esforços refletem o uso de programas como o Criminal Alien Program (CAP), que identifica imigrantes ilegais em prisões federais e estaduais, e equipes de operações de fugitivos, que localizam indivíduos com ordens de deportação pendentes.
O caso de Rafael De Jesus-Ribeiro destaca a vigilância contínua das autoridades americanas, que utilizam tecnologia de bancos de dados e operações coordenadas para identificar e processar reentrantes ilegais, especialmente em um contexto de políticas migratórias mais rigorosas. A decisão final do tribunal será o desfecho para réu quando será anunciada a sentença.