Da Redação – Conflitos armados que se espalharam pelo Sudão nos últimos dias fizeram com que nove brasileiros vivessem momentos de tensão em Cartum, capital do país africano. Cinco membros da comissão técnica e quatro jogadores do Al-Merreikh estão trancados em seus apartamentos desde o último sábado.
Entre eles, estão o técnico Heron Ferreira, que tem passagens por Vila Nova, ASA e Bonsucesso, e trabalha fora do Brasil desde 2018, e o atacante Paulo Sérgio, revelado pelo Flamengo e que recentemente jogou por Ponte Preta, Operário, Ferroviário e Santo André.

Um grupo de atletas brasileiros presos em Cartum, capital do Sudão, tenta voltar ao país e pede ajuda ao governo brasileiro para fugir da guerra. Atletas e comissão técnica foram para o país do norte da África para jogar no clube Al-Merreikh. O grupo se trancou no prédio onde mora por conta do recente conflito armado. Eles relatam uma rotina de medo e destacam que a comida já começa a faltar.
“Essa guerra não é nossa. E cada dia que passa é mais apreensão”, disse pelas redes sociais o jogador Paulo Sérgio, que já atuou no Flamengo.
O atleta tem 33 anos e é carioca. Os 9 brasileiros do time são entre jogadores e comissão técnica. Segundo ele, são 6 pessoas do Rio de Janeiro, uma do Paraná, uma de São Paulo e uma de Minas Gerais.
“A gente não sabe o que vem pela frente, qual é o desenrolar disso. A gente acorda, faz as refeições e passa o dia conversando. A comida começa a acabar. Estamos fracionando. A luz e a internet estão caindo. A gente tenta poupar os dados, mas o nosso medo é ficar incomunicável. A gente não sabe o que vai acontecer”, contou o jogador Paulo Sérgio ao site G1.
Conflito
O número de pessoas mortas nos combates que começaram há três dias entre o Exército e um grupo paramilitar do Sudão já deixou mais de 200 pessoas mortas. Outras 1,8 mil ficaram feridas.
O conflito no Sudão envolve o comandante do Exército, general Abdel Fatah al Burhan, líder de fato do país, e seu número dois, o general Mohamed Hamdan Daglo, conhecido como “Hemedti”, comandante das Forças de Apoio Rápido (FAR).
Em outubro de 2021, eles se juntaram para dar um golpe que tirou os civis do poder.
Na segunda-feira (17), Estados Unidos e Reino Unido pediram o “fim imediato” da violência no Sudão, como já o tinham feito a Liga Árabe e a União Africana.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também pediu aos dois generais que “parem imediatamente com as hostilidades”, que podem ser “devastadoras para o país e toda a região”. Um pedido similar foi apresentado pelos chefes da diplomacia do G7, reunidos no Japão.
Itamaraty
Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que está em contato com o grupo e outras 4 pessoas, totalizando um grupo de 12 brasileiros que vivem no Sudão. O governo afirma que está tentando ações de assistência conjunta com outros países, mas que depende das condições do local.
“O governo brasileiro tem mantido coordenação com outros países que também têm cidadãos em território sudanês sobre ações coordenadas de assistência, a serem eventualmente implementadas a partir do momento em que as condições de segurança permitirem”, afirmou o Itamaraty.
Com informações G1