A Câmara de Representantes aprovou na quinta-feira, 31, por 232 votos a favor e 196 contra, a formalização do processo de impeachment contra o presidente Donald Trump. Os deputados produziram um texto que estipula um roteiro, embora não um calendário, para continuar com uma investigação que até agora tem sido conduzida em regime confidencial e segundo regras estabelecidas pela maioria democrata, de oposição ao chefe de governo.
Trump reagiu à notícia de forma imediata no Twitter e denunciou o processo, chamado por ele na postagem de “maior caça às bruxas da história dos Estados Unidos”. Apesar de a formalização do processo garantir a Trump o direito de se defender, porta- -voz da Casa Branca, Stephanie Grisham, se apressou em definir o processo como uma “tentativa descaradamente partidária de destruir o presidente”.
A resolução aprovada hoje autoriza o Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes a tornar públicas as audiências e elaborar um relatório para que o Comitê Jurídico decida se redige artigos para o processo político contra Trump, que ocorreria no Senado, onde os republicanos têm uma maioria. Além disso, permite que os advogados de Trump participem das audiências, que os republicanos convoquem testemunhas a depor e solicitem documentos.
Os procedimentos, porém, precisam ser aprovadas pela maioria dos congressistas. “Essa resolução garante que haverá transparência”, disse a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, antes da votação da formalização do processo de impeachment no plenário. Os republicanos criticaram a medida e afirmaram que o processo aprovado hoje favorece os interesses da oposição. Nenhum deles votou em favor da formalização. Só dois democratas foram contrários.
“Isso segue sem dar nenhuma garantia de devido processo ao governo. Os democratas querem chegar a um veredicto sem dar ao governo uma oportunidade de montar sua defesa. Isso é injusto e inconstitucional”, acusou a porta-voz da Casa Branca. A expectativa é que os democratas consigam sem dificuldade dos votos necessários para votar o impeachment de Trump. No entanto, o processo também precisa passar pelo Senado, controlado pelos republicanos. Por enquanto, as principais lideranças do partido seguem ao lado de Trump.