AP – O administrador da propriedade de Donald Trump na Flórida, Carlos de Oliveira, de 56 anos, compareceu nesta segunda-feira (31) a um tribunal em Miami, acusado de conspirar para ajudar a esconder documentos secretos levados da Casa Branca pelo ex-presidente ao final de seu mandato.
Administrador de Mar-a-Lago, onde Trump reside, Oliveira compareceu esta manhã à corte acompanhado de seu advogado, John Irving. Ouviu atento enquanto o juiz Edwin G. Torres lia as quatro acusações que pesam contra ele. Durante a breve audiência, Oliveira não deu qualquer declaração sobre sua suposta culpabilidade.
Na semana passada, Waltine “Walt” Nauta, assistente pessoal de Trump, foi incluído na lista de réus, acusado de tentar impedir que as autoridades recuperassem os documentos secretos que o ex-presidente levou consigo.
A acusação garante que Trump, Nauta e Oliveira tentaram fazer outro funcionário do ex-presidente, que não foi identificado, excluir as imagens das câmeras de segurança de Mar-a-Lago.
Segundo a denúncia, Oliveira teria dito a este terceiro funcionário que “o chefe” queria apagar o servidor que continha as gravações das câmeras de segurança de um depósito.
Trump e Nauta já se declararam inocentes das acusações.
O juiz Torres pediu uma fiança de 100 mil dólares para Oliveira, exigiu a entrega de seu passaporte americano em 48 horas e proibiu-o de se comunicar com os demais acusados.
“Infelizmente, o Departamento de Justiça decidiu apresentar essas acusações contra o Sr. De Oliveira. Agora é o momento de provarem o que dizem. Quero ver o que descobrirão”, disse o advogado Irving ao deixar o tribunal.
O ex-presidente recebeu 31 acusações de “retenção de informação de defesa nacional” por suspeita de esconder documentos sigilosos em sua residência na Flórida e se negar a devolvê-los para os Arquivos Nacionais.
O início do julgamento está marcado para maio de 2024, durante a campanha presidencial nos Estados Unidos, na qual Trump é favorito à indicação republicana.
Trump enfrenta outros problemas legais, incluindo uma acusação iminente por parte de Smith por suas tentativas de anular a eleição presidencial de 2020 vencida pelo democrata Joe Biden. Enfrenta, ainda, acusações em um caso de fraude em Nova York relacionado com supostos pagamentos à estrela pornô Stormy Daniels em troca de seu silêncio sobre um suposto “relacionamento” entre ambos.