O Centro do Trabalhador Brasileiro entregou na quinta-feira, 30, um cheque no valor de US$ 10,629,00, referente à arrecadação para ajudar a mãe brasileira W.R, que fi – cou presa com seu fi lho de nove anos na imigração em Baytown, no Texas. Esse foi o valor total arrecadado, mas descontadas as taxas do PayPal Giving Fund, ela recebeu US$ 9,742.56. Em julho, o CTB ajudou na liberação dela e da criança, por meio do Lawyer’s Committee for Civil Rights and Economic Justice e WilmerHale, advogados parceiros da entidade. Na ocasião foi lançada uma campanha no Gofund.me para arrecadar fundos.
A maioria das doações foram privadas e vieram de americanos. Para a diretora executiva do Centro do Trabalhador, Natalícia Tracy, é uma satisfação para a entidade estar na posição de ajudar membros da comunidade, principalmente pessoas como essa mãe que chegou nos EUA tendo seus direitos humanos violados.
“Como diretora e como mãe foi fácil entender o que se passou e por isso passamos a ajudar nesta causa”, disse. Segundo Natalícia, a intenção é continuar a apoiar W.R., e seu fi lho na adaptação e no processo imigratório. “Estamos também muito gratos pela parceria com Lawyer’s Committee”, ressaltou. Após receber o valor da campanha, W.R afirmou estar muito agradecida por todo o apoio, tanto dos profissionais do Centro do Trabalhador quanto das pessoas que fi zeram doações.
“Só tenho a dizer muito obrigada e que Deus abençoe a todos que ajudaram e que os dê em dobro”, disse. Ela conta que ainda está se adaptando após ter passado 44 dias num abrigo do governo separada do fi lho. W. já o matriculou numa escola e agora aguarda também para que a criança tenha atendimento de um psicólogo. Ela diz que vai usar o dinheiro da campanha para as despesas com o fi lho e para custear as necessidades de sobrevivência. W.R., é de Cuparaque, MG, e veio para os Estados Unidos pela fronteira do México, quando foi presa pela Imigração.
Ela alega que estava sofrendo violência e perseguição do marido no Brasil e viajou em busca de mais segurança e oportunidades. Sem falar inglês e separada do fi lho, W. pediu ajuda para um irmão que mora na região de Boston. Foi ele quem entrou em contato com o Centro do Trabalhador, que imediatamente iniciou o acompanhamento do caso. Natalicia Tracy fez contato com escritórios de advogados e conseguiu o apoio de Ivan Espinoza-Madrigal, diretor executivo do Lawyer’s Committee, em parceria com WilmerHale.
Desde então, o caso virou uma verdadeira batalha jurídica. Segundo o advogado, o governo federal usou vários obstáculos burocráticos para separar mãe e fi lho. A mulher nem sequer tinha o número de identificação da criança, o que dificultava ainda mais a reaproximação, mesmo ela tendo ganhado liberdade antes que o menino.
“Eles argumentavam que a separação foi necessária e feita com base no interesse público da aplicação das leis”, disse Madrigal. Depois de sair do abrigo ela continuou lutando para ter o fi lho de volta e após 44 dias conseguiu reencontrar a criança. “O sufoco passou e agora, com o apoio dos advogados, estamos juntando documentações para aplicar pelo nosso processo”, conta W.