JCEDITORES – Baseado no romance de Morris West, “As Sandálias do Pescador” é um filme, uma trama politica, de 1968 dirigido por Michael Anderson que explora a eleição de um papa em um contexto de crise global. No filme, Kiril Pavlovich Lakota (Anthony Quinn), um arcebispo ucraniano que, após passar 20 anos em um campo de trabalhos forçados na Sibéria, é libertado por um acordo entre o premiê soviético e o Vaticano. Enviado a Roma, Kiril é nomeado cardeal pelo Papa num momento de tensões grandes geopolíticas extremas, incluindo um conflito entre a União Soviética e a China, agravado pela fome chinesa, que poderia escalar para uma guerra nuclear.
Quando o papa morre, os cardeais se reúnem em conclave para eleger um novo pontífice. Sem consenso, Kiril, um outsider, ganha a confiança dos cardeais ao discutir o papel da Igreja em crises políticas e é inesperadamente eleito papa, assumindo o nome de Kiril I. Como pontífice, ele enfrenta uma crise internacional: a iminência de um conflito entre duas potencias nucleares causado pela fome e desespero da população chinesa, que poderia arrastar o mundo para uma guerra nuclear. Nesse contexto Kiril I busca mediar a crise, usando sua influência espiritual e política para negociar a paz.
O filme explora temas como fé, liderança, a solidão do poder e o papel da Igreja Católica no cenário global, culminando em uma decisão ousada de Kiril que reflete seu compromisso com a humanidade ecoando o simbolismo das “sandálias do pescador” — uma referência a São Pedro, o primeiro papa, chamado por Jesus para ser “pescador de homens”.
Conexão entre o filme e os eventos da Escolha de Um Novo Pontifice
O filme “As Sandálias do Pescador” antecipa a eleição de um papa improvável, vindo de uma região periférica e com experiência de sofrimento, semelhante à trajetória de Francisco, um argentino que enfrentou desafios em um país marcado por crises.
Assim como Kiril I, Francisco buscou posicionar a Igreja como mediadora em conflitos globais, promovendo paz e diálogo. A pergunta “quem usará as sandálias do pescador?” ecoa no contexto atual, com o mundo aguardando o próximo papa em meio a tensões geopolíticas, atualmente 92 países estão envolvidos em conflitos fora de suas fronteiras, o maior número registrado desde a Segunda GM.
A morte de Francisco reforça a relevância do Papado como possível mediador de uma crise global com a promoção da paz e do diálogo inter-religioso. O processo de escolha de um novo Papa marca o início de um período de transição para a Igreja Católica, com rituais tradicionais e a expectativa pela eleição do próximo líder da Igreja Católica que assumirá as “sandálias do pescador”. O filme de 1968 continua relevante, refletindo dilemas atemporais sobre liderança espiritual e o papel da Igreja em um mundo em crise, enquanto o Vaticano se prepara para escolher o sucessor de Francisco, cujo legado de inclusão e compaixão moldará o futuro do papado.
Quem Usará as Sandálias do Pescador?
A expressão “sandálias do pescador” remete ao sucessor de São Pedro, o próximo papa, que assumirá o papel de liderar a Igreja Católica. Após a morte de Francisco, especulações apontam possíveis candidatos, embora o conclave seja imprevisível e guiado, segundo a tradição, pelo Espírito Santo. Alguns nomes frequentemente citados incluem:
- Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas): Conhecido por sua proximidade com os pobres e carisma, é visto como um continuador do legado progressista de Francisco.
- Cardeal Pietro Parolin (Itália): Atual Secretário de Estado do Vaticano, é um diplomata experiente e moderado, com forte influência interna.
- Cardeal Péter Erdő (Hungria): Representa uma visão mais conservadora, podendo atrair cardeais que buscam maior rigor doutrinário.
Outros nomes: Cardeais como Christoph Schönborn (Áustria), Tolentino Mendonça (Portugal), Jean Aveline (França), Pierbattista Pzzaballa (Jerusalem), Fridolin Besungu (Congo), Leonardo Steiner (Brasil), Sergio Rocha (Brasil), Raymond Burke (USA), Matteo Zuppi (Itália), Óscar Rodríguez Maradiaga (Honduras) também são mencionados, refletindo a diversidade geográfica dos eleitores.
A influência espiritual do próximo papa dependerá de sua capacidade de navegar um mundo fragmentado, onde a Igreja compete com outras vozes globais. Como no filme, o novo papa terá a oportunidade de usar as “sandálias do pescador” para inspirar esperança e ação, mas o sucesso dependerá de sua habilidade em unir a Igreja e engajar atores seculares em um cenário mais complexo do que o da Guerra Fria.