ESTADO – O evento reúne os mais importantes líderes políticos, executivos de grandes empresas e economistas internacionais para debater sobre o futuro do mundo.
O tema central desta edição será a globalização na era da quarta revolução industrial, questão que o fundador do evento, Klaus Shwab, apresenta há anos como um dos temas centrais da humanidade.
Segundo Schwab, é necessário repensar a arquitetura institucional global para fazer frente aos grandes desafios que o mundo enfrentará em breve como a automação sempre maior da produção, a inteligência artificial e até as criptomoedas.
Os painéis de debates se desdobrarão em torno de cinco princípios: 1. O diálogo é fundamental e deve basear-se em uma pluralidade de temas envolvidos; 2. A globalização deve ser responsável e sensível às preocupações regionais e nacionais; 3. A coordenação internacional deve ser melhorada na ausência de cooperação multilateral; 4. Abordar os principais desafios globais exige esforços de colaboração das empresas, dos governos e da sociedade civil; 5. O crescimento global deve ser inclusivo e sustentável.
Estarão presentes 30 chefes de Estado e de governo, como o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe; o vice-presidente chinês, Wang Qishan; o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte; o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez; o holandês Mark Rutte; a chanceler alemã, Angela Merkel; o presidente do Iraque, Barham Salih; o chanceler austríaco Sebastian Kurz; o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu e o primeiro-ministro líbio, Faiez Al Serraj, além de chefes de estado ou governo africanos e sul-americanos.
Brasil
Entre eles, a grande estrela de Davos: o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. O mandatário estreia sua agenda internacional no Fórum com o objetivo de convencer os investidores internacionais das mudanças que pretende realizar no país.
Bolsonaro será o primeiro grande líder internacional que abrirá o primeiro dia de trabalhos, nesta terça-feira, uma honra que mostra como o discurso do presidente brasileiro é aguardado.
Os jornalistas internacionais que estão cobrindo o Fórum estão se concentrando na cobertura de Bolsonaro, por exemplo cercando o hotel Seehof, onde o presidente brasileiro está hospedado. Nesta segunda-feira, ele apareceu para indicar o tom do seu discurso:
“Queremos mostrar, via nossos ministros, que o Brasil está tomando medidas para que o mundo restabeleça a confiança em nós, que os negócios voltem a florescer entre o Brasil e o mundo, sem o viés ideológico, que nós podemos ser um país seguro para investimentos. E em especial a questão do agronegócio, que é muito importante para nós, é a nossa commodity mais cara. Queremos ampliar esse tipo de comércio. E para isso, estamos aqui para mostrar que o Brasil mudou”, afirmou o presidente.
Bolsonaro antecipou que seu discurso foi preparado e revisado por vários ministros e será “muito curto, objetivo, claro”.
Com Bolsonaro estão presentes os ministros mais importantes de seu governo, como o da Economia, Paulo Guedes, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Ambos falarão de dois pontos considerados fundamentais pelos investidores internacionais: as reformas econômicas – em primeiro lugar a da previdência social – e a luta contra a corrupção, duas questões centrais para a volta dos investimentos no Brasil.
No entanto, a cúpula também será marcada pela ausência de “pesos pesados”. Entre eles, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, preso em Washington por causa da paralisação da administração federal provocada por um impasse com o Congresso sobre o financiamento de um muro na fronteira com o México.
Também faltará a primeira-ministra britânica, Theresa May, que enfrenta uma grave crise política por causa do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia. Não participará também o presidente francês, Emmanuel Macron, que enfrenta os protestos semanais dos coletes amarelos.
Portanto, o Fórum Econômico Mundial de Davos de 2019 terá o Brasil como protagonista. Uma oportunidade para o País atrair investimentos e voltar ao centro da atenção da opinião pública mundial.