Da Redação – “Preciso desesperadamente da sua ajuda”, disse o presidente diante de 75 eleitores em um restaurante mexicano em Phoenix, no Arizona. “Esta eleição não é um referendo sobre mim. Vocês têm que escolher entre mim ou um cara chama do Trump”.
Mas o cenário para o democrata não está tão bom quanto a quatro anos atrás. Com quase 30% da população de origem hispânica, Nevada e Arizona são dois dos seis estados que serão palco das disputas mais acirradas entre o democrata e seu rival republicano, o ex-presidente Donald Trump, em 5 de novembro. Após sua visita as cidades de Reno, Las Vegas e Phoenix, Biden lançou, na manhã desta quarta-feira, a iniciativa “Latinos com Biden-Harris”, numa tentativa de desacelerar o crescimento do magnata entre o estrato.
“Na semana passada, Trump e eu garantimos nossas candidaturas…. E vamos vencê-lo novamente”, disse Biden em Reno, Nevada, afirmando que a eleição é uma questão de “valores”. “Ele quer desfazer tudo o que conquistamos. Nunca tivemos um presidente que fizesse ou dissesse as coisas que esse cara fez”.
Biden usou sua visita para divulgar as conquistas econômicas de seu governo, conhecidas como Bidenomics. O presidente afirmou que tanto a inflação quanto o desemprego caíram. “Quando assumi o cargo, o desemprego havia chegado a 30% aqui. Estamos mudando isso. Nevada criou 274 mil empregos perdidos na pandemia e adicionou outros 124 mil. Há mais pessoas trabalhando no estado hoje do que nunca antes na História”.
Popularidade em queda
No Arizona, Biden escolheu um antigo restaurante mexicano em Phoenix para transmitir uma mensagem ao eleitorado hispânico. O estado foi uma das maiores surpresas para Trump na noite da eleição de 2020. Biden venceu o que até então era um sólido reduto republicano por apenas 11 mil votos.
Cerca de 25% dos eleitores do Arizona são latinos, e Biden e Kamala Harris têm concentrado grande parte dos esforços da sua campanha neste estado decisivo. A vice-presidente visitou a região em 8 de março para falar sobre outra de suas prioridades que é a defesa ao aborto.
Biden passou parte de seu discurso de 12 minutos em El Portal relembrando como Trump entrou na política em 2016.
“Ele disse que os latinos eram criminosos e estupradores. De que diabos ele está falando? Somos como somos porque este é o país mais diversificado do mundo”, disse o presidente.
Especialistas como Nate Silver, fundador do blog eleitoral FiveThirtyEight, acreditam que Biden só lidera entre os eleitores hispânicos por 7%. Há quatro anos, esse número era de 25%.
Além disso, as opiniões favoráveis a Trump dentro da comunidade aumentaram: 32% dos entrevistados na pesquisa têm uma imagem positiva do ex-presidente.