AFP – Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, disse que considera “confiáveis” as acusações de assédio feitas por duas ex-funcionárias do governador do estado americano de Nova York, Andrew Cuomo.
“As mulheres que apresentaram acusações sérias e confiáveis contra o governador Cuomo merecem ser ouvidas e tratadas com dignidade”, disse Pelosi em um comunicado.
Alexandria Ocasio-Cortez considerou as acusações contra Cuomo “extremamente graves e difíceis de ler”. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, pediu “uma análise independente das acusações”. Ela assinalou que o presidente Joe Biden, que conhece Cuomo de longa data, “considera que toda mulher deveria ser ouvida e tratada com respeito e dignidade”.
As acusações foram feitas nos últimos dias e foram desmentidas formalmente por Cuomo. No sábado (27), a ex-assessora de Saúde Charlotte Bennett afirmou ao jornal “New York Times” que o governador a assediou sexualmente no ano passado.
Em comunicado divulgado, Cuomo afirmou que jamais fez “insinuações à senhorita Bennett, nem tive a intenção de agir de forma inadequada”. Ele declarou que desejava apoiá-la, já que ela havia contado que era uma sobrevivente de agressão sexual.
Outra ex-conselheira, Lindsey Boylan, afirmou em um blog que Cuomo a assediou quando ela trabalhava para a sua administração, entre 2015 e 2018. Ela afirma que o governador a beijou à força na boca, sugeriu que participasse de um jogo de “strip poker” e “avançou para me tocar nas costas, braços e pernas”. A assessoria de Cuomo também negou as acusações.
Após pressão de congressistas no final de semana, o governador aceitou que uma investigação independente fosse instaurada para apurar as denúncias, além da que será feita pela própria administração.
O governador vem sendo criticado pelo legislativo local, com o Partido Republicano pedindo seu impeachment por conta das políticas contra a pandemia do coronavírus. Os dois partidos emitiram declarações pedindo uma “investigação realmente independente”.