JSNEWS – Na quinta-feira, 8 de maio de 2025, um confronto em Worcester, Massachusetts, revelou as crescentes tensões nos Estados Unidos entre comunidades imigrantes e agentes do ICE (Imigração e Alfândega dos EUA) quando uma imigrante brasileira foi alvo de uma prisão do ICE, o que levou mais de 25 moradores a tentarem bloquear a ação.
A vereadora Etel Haxhiaj, presente no local, confrontou os agentes, exigindo um mandado, enquanto a multidão criava um ambiente caótico. A polícia de Worcester, que negou envolvimento direto na prisão, divulgou imagens de câmeras corporais para esclarecer que sua atuação se limitou a dispersar a multidão.
Esse incidente, amplamente coberto pelo Boston Herald, motivou os deputados estaduais Richard Wells e Steven Xiarhos, ambos ex-policiais, a defenderem o HALO Act, uma proposta legislativa que criaria uma zona de proteção de 25 pés (cerca de 7,6 metros) ao redor de policiais locais, bombeiros, paramédicos e, em certos casos, agentes federais como os do ICE durante “operações de emergência”, prevendo multas de US$ 1.000 para a primeira infração e até US$ 5.000, com possibilidade de prisão, para reincidentes, a fim de garantir a segurança desses profissionais em situações voláteis.
Wells destacou a necessidade de “mais proteção” para agentes enfrentando pressões de multidões, como nas operações do ICE, que frequentemente geram tensões.
A proposta, porém, enfrenta críticas da ACLU e de defensores da Primeira Emenda, que temem que a zona limite o direito de gravar ações policiais, essencial para a transparência. A ACLU também questiona as táticas do ICE, como prisões sem mandados claros, apontando violações da Quarta Emenda, uma preocupação compartilhada em Worcester.
O movimento Abolish ICE, ativo desde 2018, intensificou protestos em 2025, exigindo o fim do ICE e organizando ações em cidades como Nova York e Chicago, onde bloqueios e vigílias são frequentes. Ainda assim, a segurança dos agentes do ICE, que enfrentam riscos em operações complexas, é uma questão relevante, especialmente em um contexto de 66.463 prisões e 65.682 remoções nos primeiros 100 dias de 2025, muitas envolvendo criminosos condenados.
Conflitos Semelhantes em 2025: Um Padrão Nacional

O caso de Worcester não é isolado. Em 2025, as operações intensificadas do ICE, sob a administração Trump, geraram confrontos em várias cidades, com comunidades resistindo às ações de imigração:
- Newark, Nova Jersey (9 de maio de 2025): Ativistas, liderados pelo prefeito Ras Baraka e membros do Congresso, invadiram o Delaney Detention Center para bloquear a entrada de uma van com imigrantes detidos, incluindo membros da gangue MS-13. O grupo foi preso por invasão de propriedade após ignorar ordens de dispersão, com relatos de agressões a policiais. O incidente, semelhante ao de Worcester, envolveu figuras públicas e resistência física às ações do ICE.
- Los Angeles, Califórnia (Fevereiro de 2025): A Community Self-Defense Coalition, composta por 60 organizações, organizou patrulhas para monitorar agentes do ICE após vazamentos sobre uma operação em grande escala. Embora a operação tenha sido cancelada, a mobilização reflete a desconfiança comunitária, semelhante à de Worcester.
- Novo México (Março de 2025): O ICE prendeu 48 pessoas em Santa Fe, Albuquerque e Roswell, muitas com acusações criminais graves. A opacidade sobre os detidos gerou protestos de grupos como Somos un Pueblo Unido, ecoando as preocupações de Worcester sobre transparência.
Programas como o 287(g), que ampliam a colaboração entre polícias locais e o ICE, intensificam a desconfiança, como em Everett, Massachusetts, onde imigrantes evitam a polícia por medo de deportação.
Apesar das críticas, a segurança dos agentes do ICE, frequentemente expostos a situações de risco, é crucial. O HALO Act e os conflitos de 2025 refletem um desafio nacional: equilibrar direitos civis com a proteção de quem atua na linha de frente.