JSNEWS – Dois vereadores de Boston, Enrique Pepén e Benjamin Weber, propõem criar uma força-tarefa para mitigar cortes de financiamento federal, após a prefeita Michelle Wu recusar cumprir uma ordem da administração Trump para eliminar as proteções de cidade-santuário. Eles apresentarão, na quarta-feira, uma proposta para uma audiência que analise os fundos federais recebidos e discuta medidas para evitar perdas financeiras.“A determinação dos residentes de Boston em resistir às injustiças da administração presidencial mostra que o embate apenas começou”, diz a proposta.
A cidade recebe milhões de dólares federais anualmente, mas a administração Trump ameaça cortar fundos de cidades que não aderirem à sua política de deportação em massa. Os vereadores citam ameaças do czar de fronteiras Tom Homan, que pediu “o inferno” contra Boston e ameaçou processar opositores. A audiência incluirá especialistas em finanças, representantes da administração Wu e a comunidade, em meio ao conflito com a administração Trump. A Procuradora-Geral Pam Bondi ordenou que Boston e outras cidades-santuário eliminem políticas que dificultem a aplicação da lei federal de imigração.
Em Boston, desde 2014, proíbe a cooperação da polícia local com autoridades federais em detenções civis de imigrantes, mas permite colaboração em casos criminais.Wu respondeu à ordem de Bondi, afirmando que Boston não cederá, apesar das ameaças de cortes de fundos e processos. “Boston segue a lei e não recuará de ser um lar para todos”, disse.
A prefeita destacou que a cidade depende de US$ 300 milhões federais anuais e já limitou o orçamento municipal para enfrentar possíveis cortes. As vereadoras Julia Mejia e Liz Breadon apoiam Wu com uma resolução, reafirmando que Boston seguirá as leis e será um “farol de liberdade”. Na sexta-feira, o juiz William Orrick bloqueou a tentativa de Trump de cortar fundos de cidades-santuário, beneficiando Boston e outras. A administração Trump recorreu.
Bondi considera as políticas de santuário uma ameaça à segurança nacional. O diretor interino do ICE, Todd Lyons, prometeu “inundar” Boston em resposta à resistência de Wu.