AP – Centenas de pessoas lotaram a igreja Fountain of Praise nesta terça-feira (9) em Houston, no Texas, para a cerimônia que antecedeu o enterro do corpo de George Floyd. A morte do ex-segurança negro durante ação policial deu início a uma onda de protestos nos Estados Unidos e no mundo.
Entre os presentes, estavam parentes de Floyd, religiosos e políticos texanos, e também os atores Jamie Foxx e Channing Tatum. Após a cerimônia, o corpo do ex-segurança foi levado em uma carruagem até o túmulo no cemitério Houston Memorial Gardens, em Pearland, no subúrbio de Houston, onde foi enterrado ao lado do corpo da mãe.
O ex-vice-presidente Joe Biden, pré-candidato à Presidência dos EUA, enviou vídeo que foi apresentado durante a cerimônia. “Nenhuma criança deve precisar se perguntar aquilo que tantas crianças negras tiveram de se perguntar por gerações: ‘Por quê?'”, disse o democrata.
“Agora é hora de justiça racial. Essa é a resposta que nós devemos dar aos nossos filhos quando perguntam por quê”, acrescentou Biden.
A cerimônia também teve participação do cantor Ne-Yo, que chamou a morte de Floyd de “sacrifício” de um homem que “mudou o mundo“.
“Ele mudou o mundo para melhor. Quero agradecer pessoalmente George Floyd por seu sacrifício, para que meus filhos possam ficar bem no futuro”, disse.
Às 17h30, o cortejo com o corpo de Floyd deixou a igreja rumo ao cemitério onde o ex-segurança foi enterrado.
O funeral desta terça foi a última das homenagens com a presença do caixão de Floyd. A primeira cerimônia ocorreu na quinta-feira, em Minneapolis, cidade onde o ex-segurança foi morto. O prefeito da cidade, Jacob Frey, participou. Ele também foi homenageado em Raeford, na Carolina do Norte, onde nasceu, no sábado, e com um velório aberto ao público em Houston, na segunda-feira, que teve a presença do governador do Texas, Greg Abbott.
Homenagens a Floyd
Do lado de fora da igreja, dezenas de manifestantes demonstravam apoio à causa antirracista, com placas como “vidas negras importam” — frase usada há anos em manifestações contra o racismo e que, agora em 2020, ganharam força com a morte de Floyd.
“Há uma grande mudança, e todos, especialmente os negros, devem ser parte disso”, afirmou Kersey Biagase, que viajou mais de três horas para participar. Ele e a namorada usavam uma camisa com os dizeres “eu não consigo respirar”, além do nome de Floyd.
Policiais da Universidade do Sul do Texas fizeram a segurança da entrada da igreja, usando máscaras com a mesma frase, “eu não consigo respirar”, a última que Floyd disse antes de morrer. Essa universidade tem uma tradição de ter alunos negros, e fica perto de um conjunto residencial onde Floyd cresceu.