Por: Edel Holz –
Ela tem meio século de vida, mas não se sente velha. Detesta quando alguém diz que ela está “conservada”, porque conserva é pepino. Faz de um tudo pela família, não tem mais TPM, mas continua uma leoa por causa dos efeitos da menopausa, incluindo o calorão, que dá vontade de ficar pelada onde quer que esteja, sem se importar com o que os outros vão pensar.
Não precisa se vestir como uma mulher madura, porque a juventude está dentro dela.
Quem foi que inventou a regra que mulher de meia idade tem que ter cabelo curto? Ela se sente horrorosa de cabelinho Joãozinho de repórter de telejornal e prefere suas madeixas longas, dá licença? E pode namorar até o sol raiar, sentindo orgasmos múltiplos e cada vez mais intensos.
Ela é plena… Ela sabe o que quer, se conscientizou financeiramente, porque já comprou tudo e mais alguma coisa que não precisava nas lojinhas de 1,99 no Brasil e no Dollar three dos States.
É independente, hipocondríaca, uma realizadora dos próprios sonhos e caridosa. Uma mãe com defeitos e qualidades de mãe, mas que tenta ser a melhor mãe do mundo. Economia agora é seu lema. Ela quer deixar uma casa pra sua filha, mas tem medo de assumir 30 anos de financiamento, pois o futuro a Deus pertence! Adora uma cervejinha, uma farra com as amigas, um choppinho brasileiro com torresmo, mas está firme na dieta da lua, dos ovos,do limão, do jejum intermitente, da Arbonne…
A Cinquentona odeia malhação, mas tenta uma yoga, uma zumba, um rodopio no bambolê de vez em quando, de quando em vez… Escreve suas memórias, tenta meditar….
O tempo passou, ela não percebeu. Porque sua cabeça tem 20 aninhos. Você deve estar se perguntando como que eu sei tudo sobre a mulher Cinquentona. Adivinhei? E a resposta é simples: eu sou a própria!
SOBRE A COLUNISTA: Edel Holz é a mais premiada e consagrada atriz, roteirista, diretora e produtora teatral brasileira nos Estados Unidos. Inquieta e de mente profícua, Edel tem sempre um projeto cultural engatilhado para oferecer para a comunidade brasileira. Depois de anos de ausência, Edel volta a abrilhantar as páginas de um jornal. Damos as boas vinda à poderosa e de mente efervescente Edel.