Por: Alfredo Melo
As arbitragens do Campeonato Brasileiro de 2025 vêm acumulando erros que estão influenciando diretamente os resultados das partidas. Pau que dá em Chico está dando em Francisco. Como o título deste ano não escapa de Flamengo ou Palmeiras, as narrativas estão focadas nos erros ocorridos nos jogos desses dois clubes, o que desvia a atenção de equívocos absurdos que também acontecem em outras partidas.
Vejo a arbitragem brasileira mal preparada e refém das intervenções excessivas dos juízes do VAR, além do corporativismo e da falta de transparência do departamento de árbitros da CBF — sempre chefiado por um ex-árbitro que evita expor seus colegas. Nunca admitem que o árbitro errou e, discretamente, o punem com afastamento por uma ou duas partidas, o que, na prática, não contribui para a correção dos erros. Na minha opinião, o ideal seria punir os árbitros com uma semana de curso de reciclagem. Caso fossem enviados três vezes ao curso durante o mesmo campeonato, deveriam ser afastados da competição. Isso certamente os obrigaria a se concentrar mais durante as partidas.
As interferências autoritárias do VAR, praticamente obrigando os árbitros a tomarem as decisões que eles querem, são nocivas. Cabe ao VAR chamar o árbitro para rever o lance e deixar que ele decida se mantém ou muda sua decisão. O que os áudios divulgados mostram são árbitros da cabine do VAR quase aos gritos, dizendo aos árbitros de campo que marquem ou não marquem a possível penalidade.
A CBF precisa rever urgentemente a forma de conduzir o departamento de arbitragem — de preferência, sem a presença de ex-árbitros, para que o corporativismo não interfira.
A polêmica dos títulos nacionais
Parece piada, mas é verdade: Ceará, Fortaleza e Sport — campeões da Copa do Nordeste em 1968, 1969 e 1970 — querem que a CBF os declare campeões brasileiros desses anos. Isso porque a CBF reconheceu os campeões do Torneio Roberto Gomes Pedrosa como campeões nacionais. O Roberto Gomes Pedrosa foi uma evolução do Torneio Rio-São Paulo e, em 1969, já contava com clubes gaúchos, mineiros, paranaenses, baianos e pernambucanos, além dos cariocas e paulistas.
Era chamado também de Taça de Prata, até se tornar oficialmente o Campeonato Brasileiro em 1971. Fico imaginando a enxurrada de novos campeões brasileiros que teríamos por ano, caso os vencedores da Copa Verde, Copa Sul-Minas, Copa do Norte e Copa do Nordeste requisitassem os mesmos direitos. O Cruzeiro acrescentaria mais dois títulos à sua coleção de campeão nacional pela Copa Sul-Minas. O Bahia aumentaria em seis títulos.
O Sport Recife somaria mais três. Ceará e Fortaleza ganhariam três títulos nacionais cada. Vitória teria quatro. Campinense, Santa Cruz e América-RN também teriam títulos nacionais. O América-MG seria campeão pela Sul-Minas.
O Sampaio Corrêa seria bicampeão brasileiro pela Copa do Nordeste e pela Copa do Norte. Ainda pela Copa do Norte, São Raimundo, Rio Branco e Paysandu — que, aliás, seria tricampeão brasileiro contando dois títulos da Copa Verde — também entrariam na lista.
Pela Copa Verde, teríamos ainda Brasília, Luverdense e Cuiabá, sendo este último bicampeão brasileiro. E não para por aí: Corinthians, Palmeiras e Santos ganhariam cinco títulos a mais; Botafogo, quatro; Vasco e Fluminense, dois; São Paulo e Flamengo, um; e a Lusa, que não tem nenhum, somaria dois títulos.
Essa seria a visão do inferno para a CBF. Haja troféu pra esse povo!
Bem, até que enfim o Alfredo Melo assume a verdade que nunca quis calar: ele é o Gatinho Cruel, que agora sai de cena para dar lugar ao seu criador. Enorme criatura no sentido literal, na bondade, no caráter e no conhecimento profundo do futebol e das coisas boas da vida, inclusive pratos deliciosos. Ah, tem também a paixão pelo Botafogo cada dia maior.


