REUTERS – A demora do governo da China em autorizar a exportação para o Brasil de matéria-prima que será usada no envase no país de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, preocupa e pode afetar o cronograma de entrega de doses ao Ministério da Saúde, reconheceu nesta segunda-feira o presidente do Butantan, Dimas Covas.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado, Covas disse que o cronograma atual de entregas acertado com o ministério será mantido, desde que um novo lote de matéria-prima chegue ao Brasil até o final deste mês.
“Preocupa sim a chegada da matéria-prima. Essa matéria-prima precisa chegar para não parar o processo de produção, e esperamos que isso aconteça muito rapidamente, porque se chegar antes do fim deste mês, nós manteremos o cronograma de entrega de vacinas“, disse o presidente do Butantan.
Ele explicou que as cerca de 6 milhões de doses da CoronaVac que no domingo deram início à vacinação no país foram importadas prontas da China e acrescentou que nesta segunda-feira o Butantan já pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para uso emergencial de 4,8 milhões de doses envasadas no Brasil pelo Butantan.
O instituto importa da China litros da vacina concentrada e envasa o imunizante em suas instalações, transformando, segundo Covas, mil litros de vacina concentrada em 1 milhão de doses.
Em entrevista coletiva no domingo, Covas disse que o Butantan aguarda autorização do governo chinês para trazer ao Brasil matéria-prima equivalente a mais de 11 milhões de doses da CoronaVac, que já está sendo aplicada em profissionais de saúde de São Paulo desde domingo, após autorização para uso emergencial dada pela Anvisa.