FOLHAPRESS – Uma reportagem investigativa do jornal americano The New York Times publicada nesta segunda, 19, revela que o currículo apresentado pelo deputado eleito George Santos, filho de brasileiros e primeiro republicano abertamente gay eleito nos EUA, contém várias lacunas.
O jornal acessou documentos públicos e processos judiciais nos EUA e no Brasil e revelou que o Citigroup e o Goldman Sachs, locais que aparecem na biografia de Santos, não têm registro algum de que o trumpista tenha trabalhado nesses locais. O Baruch College, onde ele diz ter estudado, também não possui registros de sua passagem por ali.
A Receita Federal informou à reportagem que não conseguiu localizar registros do grupo Friends of Pets United, de resgate de animais e ao qual Santos pertence. E, no que tange o dinheiro de Santos, o New York Times não conseguiu encontrar registros de suas propriedades, que ele descreve como uma fortuna familiar no ramo imobiliário.
O jornal encontrou ainda uma passagem de Santos pelo Brasil não mencionada a seus eleitores na campanha. A investigação mostrou que, quando o agora deputado eleito tinha 19 anos, em 2008, ele roubou o talão de cheques de um homem com quem sua mãe trabalhava em Niterói.
Registros policiais mostram que Santos usou o talão para fazer compras. Dois anos depois do roubo, ele confessou o crime. O caso continua sem solução, já que Santos nunca foi encontrado pelas autoridades brasileiras para depor.
Ao New York Times, o advogado de Santos, Joe Murray, disse em breve comunicado que não o surpreende que ele tenha inimigos no jornal que “estão tentando manchar seu nome com difamações”. O texto foi posteriormente publicado nas redes sociais de Santos.
— George Santos (@Santos4Congress) December 19, 2022
Trumpista convicto, Santos defende as bandeiras do ex-presidente Donald Trump e alega em seu site que os pais “imigraram de forma legal para os EUA na busca do sonho americano, onde começaram suas novas vidas sob os princípios da liberdade e busca pela felicidade.”
Santos foi eleito em novembro, durante as midterms, as eleições de meio de mandato dos EUA, por Long Island no estado de Nova York.