Da Redação – Os Estados Unidos estão perdendo bilhões de dólares por ter imigrantes altamente qualificados em subempregos.
De acordo com um estudo publicado em Julho deste ano pela organização Migration Policy Institute – MPI com sede em Washington DC, diz que aproximadamente de 14,1 milhões de imigrantes estão nos Estados Unidos sem a devida autorização, destes 35% são adultos com mais de 25 anos e que possuem um diploma universitário, uma proporção semelhante à dos adultos nascidos nos Estados Unidos, que é de 36%, entretanto, 20% destes imigrantes estavam desempregados ou vivendo em subempregos, o que representaria cerca de 2 milhões de pessoas e mais de um terço, ou 446.000 desses imigrantes são originários da america latina.
Segundo o estudo do MPI, que mediu os custos econômicos do chamado “desperdício de cérebros” de imigrantes altamente qualificados, se esses imigrantes estivessem trabalhando em empregos de acordo com as suas habilidades eles receberiam cerca de US$ 40 bilhões a mais por ano e geraria US$ 11 bilhões a mais em impostos.
“É enorme desperdício de capital humano nos Estados Unidos”, afirma Jeanne Batalova, especialista em subemprego do MPI.
Essa incompatibilidade de habilidades não se restringe aos imigrantes, aproximadamente 8 milhões de americanos com formação universitária têm dificuldades para encontrar emprego e estão em atividades menos qualificadas. Mas de acordo com o MPI, apenas 18% dos americanos com formação universitária têm probabilidade de estarem desempregados ou subempregados.
“As perdas de capital humano deveriam ser uma preocupação especial hoje porque está ocorrendo uma mudança acentuada e estável nas pessoas que estão vindo aos EUA com a chegada de mais imigrantes altamente qualificados nos últimos anos”, escreveram os pesquisadores no relatório.
Embora represente quase metade da força de trabalho imigrante, 47,6%, os trabalhadores latinos nascidos no estrangeiro recebem 83,6% do salário médio dos nativos, segundo um estudo recente do Departamento do Trabalho, incluindo aqueles que possuem qualificação e que estão exercendo outras atividades por falta de documentos específicos.
A dificuldade dos estrangeiros em superar o subemprego nos Estados Unidos se deve, em grande parte, às elevadas barreiras que estes imigrantes devem superar.
O desafio mais imediato que muitos enfrentam é regularizar o status de imigração e Isso afeta especialmente o grupo de latino-americanos.
“Embora muitos deles adquiram uma autorização de trabalho temporária, é para este grupo difícil fechar um contrato de trabalho, uma vez que os empregadores temem que seus trabalhadores percam o seu estatuto a qualquer momento“, afirma Jeanne Batalova.
Outra barreira é a do idioma. Muitos imigrantes com formação universitária falam inglês voltado a suas atividades profissionais, mas isso não é suficiente, pois precisam de ser capazes de comunicar em diferentes níveis, desde clientes a supervisores, colegas de trabalho e subordinados. Soma-se a isso a importância de redes contato em campos profissionais de alto nível.
O problema dos títulos é um caso ‘quase’ impossível de resolver. Em um caso de um médico, engenheiro, advogado, arquiteto ou professor formado em um pais da América Latina e tenha uma autorização de trabalho permanente nos Estados Unidos, fluente em inglês e com uma rede de contatos, ha uma outra barreira muito mais difícil, que é obter as credenciais necessárias para trabalhar legalmente exercendo sua profissão nos Estados Unidos.
Em uma economia que regulamenta determinadas profissões, o profissional é obrigado a obter um novo diploma universitário e isso pode levar anos a depender da profissão lembrando que em cada um dos 50 estados americanos impõe suas próprias demandas à inserção de estrangeiros altamente qualificados.
Médicos, farmacêuticos e especialistas em saúde em geral, bem como juristas e advogados, estão entre as profissões mais difíceis de retomar nos Estados Unidos.
A médio prazo, algumas profissões como engenheiros civis, arquitetos, assistentes sociais; professores, cuja escassez levou alguns estados a flexibilizar os elevados requisitos de admissão de estrangeiros.
E quais são os empregos altamente qualificados mais fáceis de retomar?
Os relacionados com finanças, consultores, analistas de negócios ou gerentes comerciais, as oportunidades estão mais ligadas à sua experiência profissional, certificações internacionais e graus acadêmicos, e o processo de transição é mais acessível.
E profissionais de tecnologia da informação (TI), analistas de dados e desenvolvedores de software, estes têm relativamente facilidade em exercer seu ofício nos Estados Unidos, bastando mostrar conhecimento pratico.
No setor de TI, geralmente não é necessário um diploma acadêmico, portanto, aqueles que trabalham como computação, ciência de dados ou inteligência artificial acessam empregos mais facilmente porque o mercado está muito mais aberta a talentos estrangeiros.