JSNEWS – O governo do presidente Donald Trump classificou Massachusetts como um estado santuário, conforme anúncio do Departamento de Segurança Interna (DHS) em 29 de maio, apesar das reiteradas declarações da governadora Maura Healey de que o estado não se enquadra nessa categoria. A designação, publicada em uma postagem oficial do DHS na plataforma X, incluiu Massachusetts em uma lista de jurisdições santuárias acusadas de “obstruir deliberadamente a aplicação das leis federais de imigração e colocar em risco os cidadãos americanos”. Cidades santuário são municípios ou condados que limitam a cooperação com autoridades federais de imigração para proteger imigrantes, especialmente os sem documentos, de deportações.
A inclusão de Massachusetts na lista foi motivada por uma ordem executiva assinada pelo presidente Trump em abril de 2025, que determinou que a secretária do DHS, Kristi Noem, e a procuradora-geral Pam Bondi identificassem e notificassem localidades que não cooperam com as autoridades federais de imigração, e em resposta a essa deternação, o DHS listou 12 municípios de Massachusetts — Amherst, Boston, Cambridge, Chelsea, Concord, Holyoke, Lawrence, Newton, Northampton, Orleans, Somerville e Springfield — e 13 dos 14 condados do estado, com exceção de Hampden.
Segundo o DHS, essas jurisdições receberão notificações formais de não conformidade e devem revisar suas políticas para se alinhar às leis federais de imigração, sob pena de futuras ações.
“Os políticos dessas cidades santuárias estão colocando em risco os cidadãos americanos e nossas forças de segurança para proteger imigrantes ilegais criminosos e violentos”, declarou Noem na quinta-feira, 29. “Estamos expondo esses políticos que abrigam criminosos ilegais e desafiam a lei federal. O presidente Trump e eu sempre priorizaremos a segurança do povo americano”, acrescentou, alertando que as autoridades locais estão “avisadas” para cumprir a legislação federal. O DHS informou que a lista será atualizada regularmente.
Desde a vitória de Trump nas eleições de novembro de 2024, a governadora Healey tem reafirmado que Massachusetts não é um estado santuário e defendido que “criminosos violentos devem ser deportados se estiverem no país ilegalmente”. Contudo, durante seu mandato como procuradora-geral em 2017, a Suprema Corte de Justiça de Massachusetts decidiu que as polícias locais não podem deter imigrantes com base apenas em ordens civis de imigração emitidas por autoridades federais, além do período em que seriam liberados da custódia, o que contribuiu para a percepção federal de que o estado adota práticas santuárias.
Recentemente, Healey criticou a ICE após a agência auxiliar na prisão de cerca de 40 pessoas em Martha’s Vineyard e Nantucket, acusadas de residir ilegalmente nos EUA. A governadora questionou se a ICE está respeitando o devido processo legal, expressando preocupação com a separação de famílias. “É preocupante ver pessoas, mães e pais, sendo arrancadas de suas famílias, vizinhos e colegas de trabalho, literalmente a caminho de seus empregos em Nantucket e na Vineyard”, declarou na quarta-feira, 28.
O czar da fronteira, Tom Homan, anunciou que as operações da ICE serão intensificadas, com “mais equipes nas ruas do que nunca” e maior fiscalização em locais de trabalho. “Martha’s Vineyard não está fora do radar. É parte do país”, afirmou. Em Amherst, autoridades locais relataram a detenção de dois indivíduos pela ICE na quarta-feira, reforçando que a cidade é uma “comunidade santuário” e não participou das ações.
A cidade de Worcester, segunda maior do estado, não aparece na lista do DHS, mas ganhou destaque quando ativistas, incluindo uma vereadora, tentaram impedir a detenção de um imigrante ilegal. O caso levou a promotora federal de Massachusetts, Leah Foley, a advertir que investigará qualquer tentativa de interferência nas operações da ICE, incluindo por parte de autoridades eleitas.
O candidato republicano ao governo, Mike Kennealy, criticou Healey, acusando-a de transformar Massachusetts em um estado santuário devido às políticas que defende. Ele prometeu, se eleito, declarar que o estado não é santuário, cooperar com o governo federal para remover criminosos perigosos e solicitar a exclusão de Massachusetts da lista do DHS. Nos últimos dois anos, Massachusetts enfrentou um aumento na chegada de imigrantes, sobrecarregando abrigos estaduais de emergência, o que Healey atribui à inação federal na fronteira do governo Biden.
O Partido Republicano de Massachusetts limitou-se a afirmar: “Somos um estado santuário, por isso estamos na lista”.
Today, DHS issued a comprehensive list of sanctuary jurisdictions that are deliberately obstructing the enforcement of federal immigration laws and endangering American citizens.
We are exposing these sanctuary politicians who harbor criminal illegal aliens and defy federal…
— Homeland Security (@DHSgov) May 29, 2025