Da Redação – Após cinco horas sem divulgar nenhuma parcial, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que é controlado pelo ditador, informou na madrugada desta segunda-feira que Nicolás Maduro é o vitorioso do pleito, com 51,2% dos votos, após 80% da apuração ser concluída.
”Peço respeito à vontade popular. Temos um sistema eleitoral exemplar”, afirmou o Tirano venezuelano, em discurso logo após o anúncio da autoridade eleitoral. A oposição alega fraude na apuração.
Maduro destacou um ciberataque ao sistema de transmissão de votos do país. “Queriam impedir que tivéssemos o resultado oficial para dizer que houve fraude”, disse. O comunista deu a entender que sabe de qual país vieram os ataques, em referência velada aos Estados Unidos. Em outro momento, afirmou que cada país deve cuidar do seu sistema eleitoral. “Não nos metemos nas eleições dos Estados Unidos.”
A mensagem inicial de Maduro foi de que em seu terceiro mandato haverá paz, estabilidade, respeito à lei e justiça. “Hoje pela manhã vou firmar decreto para convocar diálogo com todos os setores econômicos, sociais e culturais do país”, afirmou. Também agradeceu o apoio de líderes alinhados, de países como Cuba, Bolívia e Nicarágua. Por outro lado, fez provocações ao presidente da Argentina, Javier Milei, a quem chamou de nazifascista.
Aliados de Maduro celebram e governo Lula se cala
Maduro também recebeu cumprimentos de aliados. O presidente Luis Alberto Arce, da Bolívia, destacou a “festa democrática” e a “vontade do povo”.
Xiomara Castro de Zelaya, presidente de Honduras, felicitou o mandatário.
O presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel, comemorou o resultado da eleição e felicitou Maduro. “Nicolas Maduro, meu irmão, sua vitória, que é do povo bolivariano e chavista, derrotou de forma limpa e inequívoca a oposição pró-imperialismo. Vocês também derrotaram o direto regionalista, intervencionista e ‘Monroeista’ [relativo à doutrina Monroe, que prega ação americana na América Latina]”, disse o ditador cubano. “O povo falou e a revolução venceu.”
O ex-presidente cubano, Raul Castro, telefonou para Maduro para parabenizá-lo, segundo o gabinete de Diaz-Canel.
Os analistas, porém, chamavam a atenção para o papel crucial que Brasil, Colômbia e México e frisavam o silêncio dos mandatários até o momento.
Gustavo Petro, presidente da Colômbia, não havia se manifestado sobre os resultados até a publicação deste texto. No entanto, Petro publicou uma mensagem na sexta-feira (26/10) afirmando que a Venezuela “toma decisões democráticas” e que “qualquer que seja sua vontade, será respeitada pelo meu governo”.
O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, disse: “Depois de manter contato permanente com todos os atores políticos envolvidos nas eleições presidenciais (…) nós consideramos essencial que as vozes de todos os setores sejam ouvidas. É importante esclarecer todas as dúvidas sobre os resultados. Nós pedimos a contagem total de votos, sua verificação, e uma auditoria independente o mais rápido possível.”