AE – Dois novos suspeitos, ambos menores de idade, foram apreendidos por suspeita de relação com o espancamento e assassinato de um jovem brasileiro homossexual no noroeste da Espanha, anunciou a polícia espanhola nesta sexta-feira (9).
Outras quatro pessoas, todas maiores de idade, já haviam sido detidas nos últimos dias (três homens e uma mulher).
“Duas novas detenções, ambos menores de idade e de nacionalidade espanhola, relacionadas ao homicídio de Samuel, o que eleva para seis o número de detidos até o momento“, escreveu a Polícia Nacional em uma rede social.
Samuel Luiz Muñiz, auxiliar de enfermagem de 24 anos que nasceu no Brasil, foi espancado até a morte no dia 3 em La Coruña, na Galícia.
Ele foi encontrado inconsciente perto de uma boate, após o linchamento. Os socorristas tentaram reanimá-lo durante horas, mas ele não resistiu e morreu na manhã do sábado. Samuel é filho de pai brasileiro e nasceu no Brasil.
Segundo a autópsia, ele morreu por um traumatismo cranioencefálico grave causado por um chute na cabeça. O crime chocou o país e causou uma onda de protestos contra a violência contra homossexuais.
Investigação e protesto
As autoridades não afirmaram que se trata de um crime de homofobia, e a investigação é mantida em sigilo. Segundo a polícia, os quatro primeiros detidos eram amigos e não conheciam Samuel.
Amigos do brasileiro dizem que os agressores agiram por pura homofobia e o agrediram a gritos de “marica“. O crime ocorreu no fim de semana seguinte ao Dia do Orgulho LGBTQIA+.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, classificou o assassinato como “um ato selvagem e sem piedade”. “Não vamos dar um passo atrás em direitos e liberdades. A Espanha não vai tolerar isso”.
O crime desencadeou uma onda de indignação na Espanha e provocou manifestações em Madri, Barcelona e La Coruña. Novas manifestações estão previstas para o fim de semana.