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A repressão migratória intensificada ao longo de 2025, incluindo deportações em massa, revogação de programas de parole humanitário e restrições a vistos legais (como o aumento drástico nas taxas de H-1B), tem contribuído para agravar a escassez de mão de obra em setores essenciais da economia americana, como agricultura, construção, cuidados com idosos e saúde em geral.
Dados do Bureau of Labor Statistics (BLS) indicam uma queda de cerca de 1,1 milhão de trabalhadores estrangeiros na força de trabalho desde janeiro de 2025, com impactos concentrados em indústrias dependentes de imigrantes. O crescimento de empregos desacelerou significativamente, com médias mensais baixas (ex.: 64 mil em novembro) e estagnação em setores como hospedagem, restaurantes e construção.
Na agricultura, o Departamento do Trabalho reconheceu oficialmente que a “quase total cessação do influxo de imigrantes ilegais” combinada com a falta de força de trabalho legal causa disrupções significativas na produção de alimentos, com risco de escassez e aumento de preços para consumidores. Relatos indicam perdas de emprego no setor (ex.: 155 mil vagas entre março e julho) e dificuldades para colheitas, apesar de ajustes pontuais como facilitação de vistos H-2A para trabalhadores agrícolas temporários.
Na construção, onde cerca de 34% dos trabalhadores são imigrantes, quase um terço das empresas relatam impactos diretos de ações de fiscalização migratória, levando a atrasos em projetos (principal causa citada: escassez de mão de obra), aumento de custos e dificuldades para preencher vagas. O setor viu crescimento lento ou declínios em emprego em regiões com alta presença de imigrantes.
Em cuidados com idosos e saúde, instituições enfrentam demissões de trabalhadores estrangeiros após perda de autorizações de trabalho, agravando vagas não preenchidas em enfermagem e assistência domiciliar. Projeções indicam que restrições migratórias podem intensificar déficits projetados de enfermeiros e médicos, com declínio em matrículas de estudantes internacionais devido a incertezas com vistos.
Economistas de instituições como Brookings, Peterson Institute e National Foundation for American Policy estimam que as políticas podem reduzir o crescimento do PIB (projeções revisadas para baixo), com perda potencial de milhões de vagas na força de trabalho até 2035. Embora a administração afirme existir mão de obra americana subutilizada, evidências de múltiplas fontes (incluindo relatórios federais e surveys de empregadores) mostram que trabalhadores nativos não têm preenchido as vagas em trabalhos fisicamente exigentes ou de baixa remuneração, resultando em escassez persistente.
Em resumo, após quase 12 meses de implementação, as políticas restritivas reduziram efetivamente a oferta de mão de obra essencial em setores chave, sem evidências amplas de substituição por trabalhadores americanos, levando a disrupções econômicas, atrasos em projetos e pressões inflacionárias em alimentos e serviços.


