Jehozadak Pereira
Uma grande questão tem povoado a mente de muita gente no Brasil é qual será o limite do presidente Jair Bolsonaro, seus filhos, seus asseclas e alcoviteiros na condução da crise de pandemia do coronavírus? Até onde Bolsonaro está disposto a esticar a corda e testar o limite e a paciência da sociedade? Em nenhuma nação civilizada no mundo, se vê o que está acontecendo no Brasil, com a oposição presidencial ao que dispõe a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos protocolos preconizados no combate ao coronavírus.
Dá-se conta de que Bolsonaro e sua gente agem contra a nação, ao boicotar sistematicamente a vacinação contra o coronavírus. Bolsonaro já está no quarto pau mandado no Ministério da Saúde, visto que ele próprio é o titular do posto e quem se senta na cadeira tem que obrigatoriamente comportar-se do jeito que ele determina, inclusive no endosso de remédios sem eficácia comprovada, e que já começa a cobrar um alto preço com pessoas que apresentam problemas hepáticos.
Em paralelo, há também a hostilidade contra governadores e prefeitos que é quem realmente se importam com a saúde do povo, que para evitar o aumento da pandemia tem praticado o fechamento total de negócios. Porém, Bolsonaro tem feito de tudo para boicotar tais atos e até já foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impor sua vontade e mais uma vez rosnou com ameaças reiteradas, afirmando que pode chamar as forças armadas para garantir a ‘ordem’, no caso, obrigar a abertura total da economia.
Conta-se que o presidente Jair Bolsonaro é um cismado homem que desconfia de tudo e de todos, e que vê conspiração em todos os lugares. Um homem que se deixa levar por bobagens ditas pelos seus filhos e pelo tal ‘núcleo ideológico’ que o cerca e tutela.
Logo, na sua visão tacanha, o coronavírus é uma grande e orquestrada conspiração contra o seu governo e em especial contra si, e que ainda na sua visão é coisa de esquerdista e comunista que querem derrubá-lo a qualquer custo.
Enquanto isto, neste jogo de estica e puxa entre Bolsonaro, governadores, prefeitos, os ministros do Superior Tribunal Federal (STF), a Rede Globo, a Folha de São Paulo, o UOL, o investidor George Soros, Lula que está livre leve e solto e que o assombra cada vez mais, e mais uma variada gama de pessoas e da sociedade que querem esgotar-lhe a paciência, quem perde é o povo que está sem perspectiva, parado em casa e com as contas acumulando. O coronavírus avança e grassa vidas sem que tenha uma antídoto capaz de deter-lhe a caminhada fúnebre.
Informação não falta, tanto de boa procedência quanto de má origem, estas que chegam sempre via WhatsApp e que contamina milhões de pessoas que lhes dão crédito cegamente sem se importar em checar as origens. O pior disto tudo, é que as pessoas contaminadas por esta peste chamada fake news que não respeita classe social, econômica e profissional, a ponto de se perguntar, por qual motivo tanta gente teoricamente lúcida e coerente deixa-se levar por tantas bobagens que são propagadas sem qualquer cerimônia.
Uma das teclas que mais se tem batido nas últimas semanas, é o uso dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina, cujas prescrições no combate ao coronavírus ainda não são comprovadas. Mas Bolsonaro, tem a ideia fi xa de impor o seu uso, mesmo que haja contraindicações e comprovados efeitos colaterais. O que se espera de Jair Bolsonaro? Primeiro que ele abandone de vez a campanha política que o elegeu e que está impedindo que ele governe com retidão e justiça.
Que ele governe não só para os seus devotos e quem o elegeu, e sim para todo país e que ele governe com justa justiça. Que ele administre seu ministério e conduza a nação a um bom termo sem pensar em reeleição e na economia. Se Bolsonaro, fizer tudo isto – o que é improvável – não precisará se preocupar com a reeleição, pois o próprio eleitorado se encarregará de dar-lhe um segundo mandato além de reconhecer-lhe a capacidade – que parece lhe faltar por agora – de ser de verdade o chefe da nação, para o qual foi eleito.
O que se deseja, e parte da população brasileira parece estar farta deste comportamento errático do presidente da república é que ele para imediatamente de ser corrosivo e nocivo, num momento em que se espera do principal governante lucidez, coerência, paciência, sabedoria e que consiga unir o país, tão marcado pela divisão e polarização política.
O povo quer vacina, que por recusa de Bolsonaro, ainda não tem e que vai demorar para chegar e imunizar toda a população.
Que Deus ilumine Jair Bolsonaro para que ele pare de esticar a corda, que numa hora dessas pode arrebentar e fazer dele a principal vítima de si mesmo…