O deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP) anunciou na terça-feira, 22, que desistiu da embaixada brasileira em Washington, mas negou que a conquista da liderança do partido tenha sido o fator determinante para a decisão. Eduardo subiu ao plenário como líder do partido e usou seu tempo para justificar a escolha.
Lembrando que foi eleito por 1,84 milhão de pessoas, disse que o comunicado iria decepcionar os que torciam por sua ida aos Estados Unidos, achando que, assim, fi caria distante da vida política brasileira. “Embaixador é alguém que representa o Brasil no exterior, e se um político que não conseguiu se eleger for representar todo o conjunto dos brasileiros no exterior, o que dizer então sobre o deputado mais votado da história do país?
Certamente não me faltaria legitimidade”, disse. “Este que vos fala, fi lho de militar do Exército brasileiro e deputado federal, que foi zombado por ter tido aos 20 anos um trabalho digno e honesto em restaurantes de fast food nos Estados Unidos, diz que fica no Brasil para defender os princípios conservadores, para fazer do tsunami que foi a eleição de 2018 uma onda permanente”.
Ele também agradeceu ao presidente americano, Donald Trump, por ter brecado as intenções de “internacionalização da Amazônia”, e defendeu que estar próximo aos Estados Unidos é resgatar a diplomacia brasileira.
Eduardo não descartou ocupar o posto de embaixador no futuro e ressaltou que desistir não foi uma decisão fácil. “Agora, aguardo para ver a análise dos especialistas que diziam que a minha indicação nos EUA estava numa espécie de acordão entre o presidente Jair Bolsonaro e a velha política”. Em entrevista após o anúncio, Eduardo disse que vinha amadurecendo a decisão havia algum tempo. “Não foi esse [a liderança do partido] o fator determinante para minha desistência de ser embaixador”.