JSNEWS – Uma estudo internacional realizado entre 17 de fevereiro a 25 de março por virologistas e epidemiologistas de 28 países concluiu que a eficácia da primeira geração de vacinas contra a Covid-19 deve durar um ano ou menos. Por conta disso, será necessário o desenvolvimento de novas gerações de imunizantes.
De acordo com os especialistas, isso ocorre por conta do ritmo lento de alguns programas de vacinação ao redor do mundo. Isso permite o surgimento e proliferação de variantes que podem ser mais transmissíveis e menos suscetíveis às vacinas.
“Novas mutações surgem todos os dias. Às vezes eles encontram um nicho que os torna mais aptos do que seus antecessores. Essas variantes de sorte poderiam transmitir de forma mais eficiente e potencialmente evitar respostas imunes a cepas anteriores”, disse em um comunicado Gregg Gonsalves, professor de epidemiologia da Universidade de Yale.
A atual safra de vacinas que receberam autorizações emergenciais em diferentes partes do mundo é uma mistura de tecnologias novas e antigas.
A abordagem mRNA, empregada pelas empresas Pfizer/BioNTech e Moderna, pode ser ajustada rapidamente (dentro de semanas ou meses) para combater novas variantes. No entanto, gargalos na fabricação podem ser um problema.
Também, esse conjunto de vacinas está longe do alcance dos países mais pobres, uma vez que os imunizantes são muito mais caros e exigem estruturas mais caras para serem armazenados.
Enquanto países ricos, como o Reino Unido e os EUA, administraram pelo menos uma dose de vacina para mais de 25% de suas populações, nações como a África do Sul e a Tailândia nem sequer conseguiram vacinar 1% de suas populações. Alguns países ainda não administraram nem a 1ª dose.
Devi Sridhar, professor de Saúde Pública Global da Universidade de Edimburgo, disse que o mundo precisa vacinar o “maior número de pessoas possível”.
“Quanto mais o vírus circula, mais provável é que surgirão mutações e variantes, o que pode tornar nossas vacinas atuais ineficazes. Ao mesmo tempo, países pobres estão sendo deixados para trás sem vacinas e suprimentos médicos básicos, como oxigênio”, afirmou.
Anna Marriott, gerente de política de saúde da Oxfam, disse que não vacinar os países mais pobres oferece risco para os mais ricos.
“Em muitas nações ricas, as pessoas vacinadas estão começando a se sentir mais seguras, mas a menos que vacinemos todas as nações, há um enorme risco de que a proteção oferecida pelas vacinas seja quebrada por novas mutações.”