Da Redação – A técnica de enfermagem Lenilda dos Santos, de 49 anos, deixou a casa penhorada ao coiote como garantia de pagamento para ajudá-la a entrar ilegalmente nos Estados Unidos. A informação foi revelada pelo irmão da brasileira em entrevista exclusiva ao Fantástico, da rede Globo, no domingo (26).
O corpo de Lenilda foi encontrado há dez dias no deserto por agentes de fronteira do estado do Novo México. Ela, que era de Rondônia, foi deixada para trás por amigos, depois de passar mal.

Lenilda e o grupo estavam em uma região de muito calor. Após horas caminhando e já sem água, ela não aguentou e se descolou dos colegas, que prometeram voltar para resgatá-la.
O irmão, Leci Pereira de Oliveira, contou que, para atravessar a fronteira mexicana, Lenilda contratou um intermediário no Brasil, que fez a ponte com coiotes, criminosos que cobram pela travessia ilegal de imigrantes, no valor de US$ 25 mil.
“Ela deixou essa casa aqui, onde a gente tá fazendo a entrevista, penhorada com o coiote. Ia chegar lá, ia trabalhar, pagar o coiote, aí sim ela pegava o documento da casa dela de volta”, disse o irmão de Lenilda ao programa de TV.
Lenilda saiu de Vale do Paraíso, onde morava, para Porto Velho de carro, acompanhada de dois amigos e uma amiga da cidade. Lá o grupo embarcou em um avião para São Paulo, de onde fizeram conexão para a Cidade do México, e então pegaram a estrada rumo o à Acescención, perto da fronteira com os Estados Unidos.
Segundo o xerife do condado de Luna, nos EUA, Michael Brown, os coiotes são integrantes dos cartéis de drogas no México que estão se aproveitando das pessoas, “eles não se importam com as pessoas. Só se importam com o dinheiro”, alerta.