BOSTON – Com as urnas prestes a se abrir amanhã, 4 de novembro, as eleições municipais americanas prometem ser um termômetro das tensões locais em um ano “off-year” marcado por debates sobre moradia acessível, segurança pública e recuperação econômica pós-pandemia. Em Boston, a capital de Massachusetts, a prefeita Michelle Wu caminha para uma reeleição histórica sem oposição, um raro momento de calmaria em uma corrida que começou acirrada. Mas o foco nacional se estende a outras capitais estaduais e cidades chave, onde incumbentes enfrentam desafios variados. Baseado em pesquisas recentes, como as da Emerson College Polling, Quinnipiac University e Journal Poll, destacamos os favoritos e suas chances de vitória.
Boston: Wu marca história Em Boston, a eleição para prefeito amanhã será mais uma formalidade do que uma batalha. Michelle Wu, a progressista de 40 anos que se tornou a primeira mulher a liderar a cidade em 2021, dominou a preliminar de 9 de setembro com 72% dos votos, segundo resultados da Associated Press.
Seu principal desafiante, Josh Kraft – herdeiro da família dona do New England Patriots e que injetou milhões de dólares próprios na campanha –, desistiu em 15 de setembro, alegando razões pessoais e falta de transparência em sua própria operação. Pesquisas da Emerson College, realizadas em julho, mostravam Wu à frente por 30 pontos (60% contra 30% de Kraft), enquanto uma de abril da Saint Anselm College indicava 53% de apoio a ela contra 21% dele. Com aprovação de 66% em setembro (Emerson),

Wu deve ser reeleita com mais de 90% dos votos válidos, tornando-se a primeira prefeita sem concorrente direto desde Thomas Menino em 1997. Wu, conhecida por políticas como expansão de transporte público gratuito e defesa das “cidades santuário” contra políticas anti-imigração do presidente Trump, celebrou a desistência como uma vitória da “transparência democrática”. Críticos, porém, apontam para o aumento de 15% nos aluguéis desde 2021. Amanhã, o foco dos eleitores de Boston (população: 650 mil) estará no City Council, com 13 assentos em disputa, onde progressistas aliados de Wu buscam manter a maioria.
Outras capitais pesquisas apontam favoritos
Dezenas de capitais estaduais votam amanhã, mas as corridas mais quentes estão em Atlanta, Nova York (embora não seja capital estadual), St. Paul e Albuquerque. Em um cenário dominado por democratas, os refeitos que ocupam o cargo lideram as pesquisas, mas margens apertadas em algumas cidades sugerem surpresas. Aqui, um resumo com favoritos e percentuais de vitória projetados em pesquisas recentes (média de institutos como Quinnipiac, Suffolk e locais):
| Capital | Favorito | Oponente Principal | % de Vitória Projetado (Favorito) | Notas das Pesquisas |
| Atlanta, GA | Andre Dickens (No cargo, D) |
Andre Burgin (independente) | 70% (baseado em primária 2021; sem pesquisa recente para 2025) | Dickens, eleito em 2021 com 63% em runoff |
| Nova York City, NY (cidade chave, não capital) | Zohran Mamdani (D) | Andrew Cuomo (independente) | 45-50% (líder com 10-25 pontos) | Socialista de 33 anos Mamdani vence jovens e minorias. |
| St. Paul, MN | Melvin Carter (No cargo, DFL) |
Kaohly Vang Her (DFL) | 55% (sem pesquisa numérica recente; aprovação alta) | Corrida aberta com ranked-choice voting; Carter busca terceiro mandato. |
| Albuquerque, NM | Tim Keller (No cargo, D) |
Darren White (R, ex-xerife) | 40-45% (líder, mas 37% indecisos) | Keller 29%, White em segundo |
| Lansing, MI | Andy Schor (No cargo, D) |
Kelsea Hector (ativista) | 65% (primária: 64%) | Andy Schor dominou primária de agosto com 64% |
Cidades Relevantes Além das Capitais: Disputas Acirradas
Além das capitais, cidades como Detroit, Miami, Minneapolis e Cincinnati agitam o calendário.
Em Detroit, Mary Sheffield lidera Solomon Kinloch por 52-48% em pesquisa Glengariff (outubro), em corrida aberta pós-Duggan.
Miami vê Eileen Higgins (D) à frente com 36% (Florida Politics, agosto), mas sem maioria para evitar runoff.
Em Minneapolis, Jacob Frey (incumbente) tem aprovação negativa de 51% (Mpls for the Many, setembro), abrindo espaço para Omar Fateh (socialista, 45% projetado).
Já em Cincinnati, Aftab Pureval deve vencer Cory Bowman (irmão de JD Vance) com 70%.
Essas eleições, com turnout esperado de 20-40%, testam a resiliência dos incumbentes em meio a divisões ideológicas. Em Boston, Wu simboliza o triunfo comunista; em NYC, Mamdani pode ser o “novo rosto” da Big Apple. Amanhã, milhões decidirão o futuro local – e, talvez, dos Estados Unidos. Fique ligado para resultados ao vivo.


