ANSA – O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou seu rival, o atual mandatário, Donald Trump, de considerar os idosos como pessoas “sacrificáveis” durante a gestão da pandemia do coronavírus.
A afirmação foi feita ontem durante um comício no centro comunitário de aposentados de Pembroke Pines, na Flórida. O estado é um dos chamados “pêndulos“, que não vota sempre em republicanos ou democratas nas eleições presidenciais, variando entre os candidatos de ambos os partidos. Por isso, vem sendo bastante disputado por Biden e Trump.
“Vocês não são praticamente ninguém, são sacrificáveis. É isso que ele vê em vocês, idosos. O único idoso que importa para Donald Trump é Donald Trump. Para ele, importa mais o mercado financeiro do que os idosos. Sua condução na pandemia foi errática, assim como sua presidência“, disse à plateia local.
Biden usou como exemplo, inclusive, um comício feito por Trump um dia antes no estado, com milhares de pessoas – e o próprio presidente – sem usar máscara ou respeitar o distanciamento social. Para o democrata, “essas festas com os republicanos que se abraçam ocorrem sem se preocupar com as consequências” enquanto os idosos não podem ver seus netos.
O ex-vice-presidente norte-americano ainda lembrou de uma das dezenas de frases polêmicas do seu rival durante a pandemia, dita em setembro, que apesar das mais de 200 mil mortes nos Estados Unidos, a covid-19 “não afeta praticamente ninguém“.
“Na visão de Trump, vocês são prescindíveis, esquecíveis, virtualmente ninguém“, pontuou.
Nas eleições de 2016, a maior parte dos idosos optaram por Trump ao invés da democrata Hillary Clinton, com 53% a 45% segundo uma pesquisa do Pew Research Center. No entanto, para a disputa deste ano, os institutos de opinião tem verificado uma forte inversão na faixa etária acima de 60 anos – especialmente, por conta da pandemia.
Com margens de mais de 20% a favor de Biden, pesquisas da NBC/Wall Street Journal e da CNN/SSRS mostram que os idosos norte-americanos irão votar no democrata.
Os Estados Unidos têm a maior quantidade de casos confirmados do novo coronavírus (7.859.417) e de mortes (215.914) no mundo.