
Medford, 18 de Outubro de 2025
A política global é um palco onde a hipocrisia rege o roteiro. Nos Estados Unidos e no Brasil, sistemas corruptos protegem os poderosos enquanto sacrificam os fracos, mas a encenação não se limita a Washington e Brasília. Se Washington é Sodoma, com sua moralidade de fachada, e Brasília é Gomorra, onde a corrupção é quase folclórica, os grandes blocos comerciais e instituições globais — como a União Europeia e a ONU — são a Babilônia, orquestrando a ilusão de ordem enquanto encobrem seus próprios pecados.
A história de George Santos, comparada aos gigantes Lula e Trump, expõe a farsa de um sistema que pune seletivamente e mascara sua podridão.
O Caso George Santos: O Bode Expiatório de Sodoma
George Santos, ex-congressista novato por Nova York, tornou-se o “grande pecador” de Washington. Expulso do Congresso em 2023 por uma votação esmagadora (311 a 114), ele foi condenado em 2025 a sete anos de prisão por fraude eletrônica e roubo de identidade, crimes que incluíram enganar doadores e roubar identidades, até de familiares. Sua pena durou menos de três meses, comutada por Donald Trump em 17 de outubro de 2025. No Truth Social, Trump justificou: “Há muitos trapaceiros no país que não pegam sete anos de prisão.”
Então, por que Santos foi tão duramente visado? A resposta está na hipocrisia do sistema. Santos, com suas mentiras absurdas — de uma falsa carreira na Goldman Sachs a uma suposta ascendência judaica —, virou uma figura cômica, fácil de ridicularizar. Sem o carisma de um Lula ou a base fanática de um Trump, ele foi o alvo perfeito para um Congresso que precisava mostrar serviço. Seus crimes, embora graves, envolveram “apenas” US$ 370 mil em restituição — uma gota no oceano comparada aos esquemas bilionários da Lava Jato no Brasil ou às acusações de manipulação eleitoral que pairam sobre Trump.
Santos é o “peixe pequeno” punido para desviar o olhar dos tubarões.
Lula e Trump: Os Intocáveis de Gomorra e Sodoma
Em Brasília, Luiz Inácio Lula da Silva é o mestre da redenção. Condenado na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, com penas que somavam mais de 25 anos, Lula viu suas sentenças anuladas pelo STF em 2021 por questões processuais. Sua história de operário e líder sindical, aliada a uma base fiel de eleitores do PT e do Nordeste, transformou-o em símbolo de resistência contra as “elites”. No Brasil, onde o carisma supera escândalos, Lula voltou ao Planalto em 2022, como se as condenações fossem apenas um capítulo de sua saga heroica.
Em Washington, Donald Trump segue um roteiro parecido. Com mais de 80 processos, incluindo 34 condenações por fraude contábil no caso Stormy Daniels e acusações graves como subversão eleitoral, Trump nunca foi preso. Sua base MAGA, inabalável, vê cada processo como prova de perseguição pelo “deep state”. Com o lema “drenar o pântano”, ele transforma acusações em combustível político, mantendo-se relevante como showman e vencendo as eleições de 2024. A comutação de Santos é apenas mais um ato de sua narrativa anti-sistema, beneficiando aliados enquanto aponta o dedo para a hipocrisia alheia.
A Babilônia Global: UE e ONU como Guardiãs da Farsa
Enquanto Washington e Brasília encenam seus dramas, a Babilônia global — personificada por blocos como a União Europeia e a ONU — observa e legitima a hipocrisia. A UE, com sua retórica de transparência e democracia, frequentemente ignora escândalos internos, como denúncias de corrupção em Bruxelas ou favorecimento a corporações. A ONU, que prega paz e justiça, fecha os olhos para abusos de direitos humanos em nações poderosas, mantendo um verniz de imparcialidade enquanto protege interesses geopolíticos. Essas instituições, como Sodoma e Gomorra, vendem uma moralidade que não praticam, punindo pequenos transgressores enquanto acobertam os poderosos.
A Hipocrisia Exposta: Por que Santos Deveria ser a “Virgem no Prostíbulo”?
Se Lula e Trump navegam em mares turbulentos sem afundar, por que Santos deveria ser a “virgem no prostíbulo”? A resposta é simples: narrativa e poder.
Lula e Trump dominam a arte de se vender como vítimas de um sistema corrupto, galvanizando milhões com discursos anti-elite. Santos, sem carisma ou aliados fortes, foi abandonado. Sua expulsão do Congresso e rápida condenação contrastam com a impunidade de figuras mais poderosas.
No Brasil, esquemas bilionários são relativizados; nos EUA, acusações graves contra Trump seguem em apelações intermináveis; na Babilônia global, a UE e a ONU condenam pequenos Estados enquanto protegem os mais poderosos ou aqueles mais alinhados com sua agenda “progressista”. Santos, com crimes menores, pagou o preço de ser um novato sem escudo.
Um Espelho Global
Santos poderia aprender com Lula e Trump. No Brasil, o discurso anti-elite e a narrativa de redenção são armas poderosas — o eleitorado, movido por emoção, perdoa falhas se o político entregar carisma. Santos poderia alegar ser vítima de um sistema hipócrita que perdoa os “grandes” e pune os “pequenos”, como tentou fazer ao chamar sua expulsão de injusta.
Nos EUA, porém, ele precisaria de um carisma que nunca mostrou e do apoio de figuras MAGA para emplacar. Por enquanto, recém-libertado, ele foca na família, sem sinal de retorno político. Mas, em um país onde Trump ressurge com 80 processos, quem diria que Santos não tem chance?
Se Washington é Sodoma, com sua moralidade de fachada, e Brasília é Gomorra, onde a corrupção é quase folclórica, a Babilônia da UE e da ONU completa o tríptico da hipocrisia. Esses sistemas protegem os poderosos enquanto sacrificam os fracos. Santos, com suas mentiras e fraudes, é apenas um reflexo, um sintoma do que o sistema permissivo pode produzir.
Enquanto Lula e Trump dançam entre as chamas, e a Babilônia global aplaude com discursos vazios, Santos foi condenado para sinalizar virtudes inexistentes. Mas, em um mundo onde todos têm telhado de vidro, apontar o “grande pecador” na multidão é só mais um ato de hipocrisia.
Nota do autor: A política, seja em Washington, Brasília ou na Babilônia global, é um jogo de narrativas. Até que os eleitores e cidadãos do mundo exijam transparência genuína, Sodoma, Gomorra e Babilônia continuarão a prosperar, com ou sem George Santos.