AFP – Antes de comer a banana que o artista italiano Maurizio Cattelan havia fixado na parede com fita adesiva, uma obra vendida por 120.000 dólares na Art Basel em Miami, David Datuna esperou algumas horas até “ficar com fome”, explicou entre risadas o artista, nesta segunda-feira, já de volta a Nova York.
Nascido em Tbilisi e residente nos Estados Unidos há 22 anos, Datuna reivindicou o irreverente gesto que causou sensação depois de que ele publicou em sua conta de Instagram um vídeo no qual aparecia comendo a famosa banana.
A banana foi substituída rapidamente por outra na parede da galeria.
Embora essa “performance artística” possa implicar problemas legais, Datuna se gabou nesta segunda em uma coletiva de imprensa em Nova York de ser “o primeiro artista a comer a arte de outro artista”. E disse que desde então recebeu “40.000 a 50.000 mensagens no Instagram”, quase todas encorajadoras.
Datuna diz que respeita o trabalho de Cattelan, conhecido por sua privada de ouro de 18 quilates chamada “America”, que foi roubada em setembro de um castelo inglês.
“Ele é um gênio”, que “zomba de tudo”, afirmou Datuna. Mas “também me agrada o que eu fiz”.
“Penso que os artistas existem para fazer as pessoas felizes e lhes dar prazer, e foi isso que eu fiz”, acrescentou.
Este não é o primeiro “golpe” artístico de Datuna. Em junho de 2017, depois de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retirada do país do acordo de Paris sobre o clima, ele colocou o nome TRUMP em letras de gelo em uma praça de Nova York, para denunciar o derretimento das geleiras e recordar o caráter efêmero de sua presidência.
Nesta segunda o artista disse que está preparando “uma surpresa” para o Super Bowl, a grande final anual do campeonato de futebol americano, acompanhada por quase 100 milhões de espectadores, que ocorrerá em 2 de fevereiro em Miami.