AES – Não é só no Brasil que as estátuas de figuras históricas discutíveis, como a do bandeirante Borba Gato, em São Paulo, estão sendo alvos de ataque e de debates sobre sua permanência em locais públicos. Nos Estados Unidos, onde há várias delas, essa discussão também está quente. Nesta quarta-feira, 8, um dos maiores monumentos equestres americanos, em homenagem ao general Robert E. Lee, conhecido por ter comandado o Exército da Virgínia do Norte durante a Guerra Civil Americana, foi removida do pedestal onde ficava, na cidade de Richmond.
Erguida em 1890, a estátua de Lee foi o primeiro de seis monumentos confederados que pontilhavam a avenida principal de Richmond, a Monument Avenue, antiga capital da Confederação. A cidade removeu alguns após o assassinato de George Floyd no ano passado, em uma operação que pegou muitos de surpresa. A estátua do General Lee resistiu, principalmente por causa de seu complicado status legal. Isso foi esclarecido na semana passada pela Suprema Corte da Virgínia. Na segunda-feira, Ralph Northam (Democrata), o governador do estado americano, que pediu sua remoção no ano passado, anunciou que finalmente o faria.
A queda de Lee marcou o fim da era dos monumentos confederados na cidade. Monument Avenue, a avenida gramada onde muitos deles ficavam, era um cartão postal da arquitetura da cidade e um endereço cobiçado. Mas nos últimos anos, à medida que a cidade se tornou mais diversificada, demográfica e politicamente, mais moradores começaram a questionar os memoriais. Agora, quando a última estátua é retirada, muitas pessoas que antes não concordavam com a remoção das estátuas, hoje parecem ver que esse é o melhor caminho a seguir.