EFE – Uma coalizão de 16 estados norte-americanos, liderada pela Califórnia, entrou na Justiça nesta segunda-feira (18) contra o governo do presidente Donald Trump após ele ter declarado emergência nacional. A medida foi tomada na sexta-feira pelo republicano para garantir o financiamento do muro na fronteira dos Estados Unidos com o México.
O grupo dos 16 estados argumenta que Trump desrespeitou a separação de poderes.
A declaração de emergência deu a Trump permissão para usar fundos federais sem aprovação do Congresso. Isso porque os parlamentares rejeitaram, em dezembro, a proposta de orçamento que incluía US$ 5,7 bilhões para a obra do muro. Sem acordo, o governo ficou parcialmente paralisado por mais de 30 dias – o maior “shutdown” da história dos Estados Unidos.
Trump, então, chegou a um acordo com congressistas para que apresentassem uma nova proposta de orçamento até 15 de fevereiro. Os parlamentares formularam um texto final sem incluir o dinheiro para o muro.
O presidente até aprovou o acordo, mas decidiu declarar emergência para forçar o financiamento da obra na fronteira com o México. Com a medida, Trump obteve US$ 6,7 bilhões a mais do que os US$ 1,4 bilhões previstos para reforçar a segurança na fronteira.
Protestos contra Trump
Manifestantes foram às ruas em diversas cidades dos Estados Unidos nesta segunda-feira para protestar contra o estado de emergência nacional declarado por Trump. Ouvidos pela agência Reuters, os ativistas acusaram o presidente de abuso de puder, de usurpação do Congresso e de fabricar uma crise.
De acordo com a agência EFE, uma das maiores manifestações ocorreu em Cambridge, no estado de Massachussets. Lá, a congressista democrata Ayanna Pressley se uniu na Harvard Square a centenas de manifestantes que resistiram à neve e ao frio para protestar contra as políticas do governo.
A congressista está no grupo de parlamentares que classificou como “falsa” a declaração de emergência nacional.
Pressley lembrou uma série de problemas que considerava emergências reais: a escassez de casas acessíveis, a violência com armas de fogo, a supressão de eleitores ou a mudança climática, entre outros.