Agência GLOBO – Cientistas japoneses identificaram uma associação entre libido e longevidade, algo que nunca foi relacionado antes. Segundo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Yamagata a falta de desejo sexual aumenta o risco de morte por todas as causas entre os homens que vivem no Japão. Eles analisaram dados de 20.969 pessoas (8.558 homens e 12.411 mulheres) com mais de 40 anos que participaram de exames anuais de saúde.
Os cientistas descobriram que os riscos de morrer de câncer, doenças cardiovasculares e outras condições de saúde aumentaram significativamente entre os homens que não tinham interesse sexual. Isso permaneceu verdadeiro mesmo depois de contabilizada idade, diabetes, hipertensão, dislipidemia, tabagismo, consumo de álcool, IMC, educação, estado civil, frequência de riso e sofrimento psicológico.
Embora as mulheres no estudo tivessem duas vezes mais chances de relatar baixo desejo sexual do que os homens, os pesquisadores não encontraram nenhuma ligação entre sua baixa libido e mortalidade.
“Este estudo é o primeiro a examinar prospectivamente as associações entre interesse sexual e mortalidade por todas as causas e mortalidade cardiovascular e por câncer em uma população baseada na comunidade”, escreveram os autores da pesquisa.
Os cientistas não procuraram entender ou saber o motivo por trás da descoberta, entretanto, afirmam que “a falta de interesse masculino pode estar relacionada a estilos de vida pouco saudáveis”. Os pesquisadores também atrelam a falta de interesse sexual a um provável problema no sistema imunológico, neuroendócrino ou uma inflamação no corpo dos homens, o que também os tornava mais vulneráveis a doenças.
Apesar dos resultados, os cientistas afirmam que o estudo precisa ser maior e mais aprofundado, como por exemplo, analisar pessoas que vivem fora da província do Japão para verificar se as conclusões podem se aplicar ao resto do globo. Além disso, o estudo envolveu apenas 200 pessoas LGBTQIA+, o que os pesquisadores admitem não ser um número suficiente de pessoas para tirar conclusões mais fortes.
Por fim, os pesquisadores ainda escreveram que as autoridades de saúde devem explorar a possibilidade de lançar iniciativas para defender a sexualidade como um meio de melhorar a saúde pública.
“O governo canadense, por meio de materiais de promoção da saúde pública, começou a endossar a atividade sexual como um elemento de uma agenda de ‘envelhecer bem’. No Japão, há mais preconceito sobre sexo entre os idosos do que no mundo ocidental. Esperamos que nossas descobertas ajudem a promover a saúde pública por meio da defesa da sexualidade no Japão”.