Da Redação – A vice-presidente Kamala Harris fez um discurso surpresa no primeiro dia da Convenção Nacional Democrata, sendo ovacionada pela plateia de Chicago em sua primeira aparição no evento. A democrata subiu ao palco e falou por poucos minutos, aproveitando o momento para também agradecer ao presidente americano, Joe Biden, pelo “serviço prestado aos EUA”. O discurso de Biden encerrará a noite.
“Quero começar celebrando nosso incrível presidente Joe Biden”, disse sendo aplaudida de pé pelo público. “Obrigado por sua liderança histórica, por sua vida de serviço à nossa nação e por tudo o que você continuará a fazer. Somos eternamente gratos a você”.
A aparição de Kamala energizou a multidão, que aguarda a passagem de bastão de presidente Biden, após desistir da candidatura, há menos de um mês, na esteira do seu fracasso no debate contra o ex-presidente e candidato republicano, Donald Trump. Hillary Clinton se soma à lista de discursos mais aguardados desta primeira noite, que simboliza também a mudança geracional no partido.
“Esta vai ser uma grande semana. (…) Vamos lutar, com otimismo, esperança e fé, guiados por nosso amor ao país, sabendo que temos muito mais em comum do que o que nos separa. Vamos lutar pelos ideias em que acreditamos. E vamos sempre nos lembrar que: ‘quando lutamos, nós ganhamos'”, disse Kamala para uma plateia em êxtase, com uma frase que virou grito de guerra nas últimas semanas.
De olho em novembro, Kamala também disse que pessoas de todas as origens vão “se unir e declarar com uma só voz, como um só povo: estamos avançando”.
Otimismo tem sido a tônica do evento até aqui. Kamala Harris chega à Convenção Nacional Democrata abrindo pela primeira vez uma vantagem sobre Donald Trump acima da margem de erro, revelou no domingo uma pesquisa do instituto Ipsos encomendada pelo Washington Post e ABC News. Segundo o levantamento nacional, Kamala tem 49% das intenções de voto contra 45% de Trump, considerando apenas os dois no confronto, o primeiro desempate entre as siglas em meses de campanha.
Segundo analistas, as boas notícias para dos democratas devem continuar ao longo do evento, considerando que os holofotes costumam provocar o que especialistas chamam de “convention boost”, ou seja, um impulso nas pesquisas devido à enorme atenção midiática.
No sábado, uma pesquisa New York Times/Universidade Siena mostrou Kamala em vantagem em estados importantes do chamado Cinturão do Sol, localizados ao sul e oeste do país e marcados por rápido crescimento econômico e diversidade étnica. Em estados-pêndulo (sem histórico de preferência partidária) como o Arizona, a democrata saiu na frente para além da margem de erro, que apontava empate técnico, com uma ligeira vantagem também na Carolina do Norte. A vice também encurtou a diferença em Nevada e na Geórgia, onde Trump ainda lidera, mas que, antes da desistência do presidente Joe Biden, aparecia à frente por quase dois dígitos.
Analistas ouvidos pelo site americano Politico indicaram que os números favoráveis a Kamala podem ser vistos como promissores pelos democratas, mas não devem ser tomados como um indicativo de vitória encaminhada. De acordo com os especialistas, a candidata ainda precisará encarar os 75 dias de campanha após a convenção e se manter em alta diante de ataques dos adversários e cansaço do público.
A nomeação antecipada de Kamala retirou da convenção sua principal atribuição: reunir os delegados eleitos durante as primárias para oficializar o candidato do partido. A ausência da formalidade, porém, não exclui a importância política do evento dentro da dinâmica eleitoral americana. Embora já se saiba que é o nome de Kamala que estará na cédula de votação, algo que já se sabia com Trump, na Convenção Republicana, mas cuja oficialização só ocorreu no encontro do partido o evento democrata é um importante momento para o público, com a presença de nomes relevantes do partido declarando apoio à candidata e com discursos que devem delinear os principais temas de campanha e planos de governo da chapa na disputa.
Com agências internacionais