Por: AFP
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (5) que solicitará às companhias aéreas que comecem a cancelar voos a partir de sexta-feira para “reduzir a pressão” sobre o controle aéreo, um setor com alto nível de absentismo devido à paralisação do governo.
Os Estados Unidos entraram nesta quarta-feira em seu 36º dia de paralisação governamental, a mais longa da história, causada pela falta de acordo entre republicanos e democratas no Congresso para aprovar um novo orçamento.
“Haverá uma redução de 10% da capacidade em 40 aeroportos, entre eles os mais movimentados do país”, disse em coletiva de imprensa o secretário de Transportes, Sean Duffy. “Estamos com falta de 2 mil controladores aéreos”, explicou, destacando que é necessário “reduzir a pressão” com um número menor de voos a serem supervisionados pelas equipes.
Desde 1º de outubro, milhares de funcionários federais estão em licença não remunerada e outros centenas de milhares continuam trabalhando, mas sem receber salário até que a crise seja resolvida. Mais de 60 mil controladores aéreos e agentes de segurança do transporte estão nesse segundo grupo. Por isso, em vez de trabalharem sem remuneração durante várias semanas, alguns deixaram de comparecer ao trabalho.
“Vamos pedir às companhias aéreas que trabalhem conosco para reduzir seus planos de voo”, declarou o chefe da agência que regula o tráfego aéreo, a FAA, Bryan Bedford. “Podemos tomar medidas hoje para evitar que a situação piore”, acrescentou. “Hoje o sistema é extremamente seguro e continuará sendo amanhã. E, se a pressão continuar aumentando mesmo depois de tomarmos essas medidas, voltaremos e adotaremos medidas adicionais.”
Bedford, com 35 anos de carreira no setor, considerou que a situação é “muito incomum”. “Nossos controladores não recebem pagamento há um mês. Estamos ansiosos para voltar a trabalhar normalmente.” O funcionário detalhou que os controladores que ainda estão operando fazem “horas extras e trabalham mais dias”.
“Queremos reduzir essa pressão antes que se torne um problema”, explicou Bedford.


