JSNEWS (COM AFP & CNN) – A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou nesta segunda-feira que o governo dos Estados Unidos espera que a Organização Mundial da Saúde (OMS) conduza uma investigação “transparente” e “independente” sobre as origens da covid-19. Durante uma coletiva de imprensa, a assessora disse que não há dados e informações suficientes para se tirar uma conclusão sobre o assunto no momento.
“Todos neste país desejam saber como isso começou, onde isso começou”, declarou Psaki.
A porta-voz havia sido questionada sobre uma reportagem do Wall Street Journal, publicada no fim de semana, segundo a qual três pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan, na China, ficaram doentes em novembro de 2019 e procuraram atendimento hospitalar.
De acordo com o jornal, a informação pode aumentar a pressão por uma investigação mais completa sobre a possibilidade de o coronavírus ter “escapado” de um laboratório.
Durante a coletiva, Psaki também afirmou que ainda não há uma data definida para o encontro entre o presidente americano, Joe Biden, e o mandatário da Rússia, Vladimir Putin.
Brasil, Rússia e China são contra a investigação de pandemias
A declaração de Jen Psaki corre no momento em que diversos países participam da 74ª sessão da AMS – Assembleia Mundial de Saúde, que começa hoje, o objetivo dessa reunião é fortalecer o papel da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate a pandemias.
Porem a China e a Rússia, com ajuda do Brasil, eliminaram proposição para criar grupos de investigadores para serem enviados a locais de origem do surto de Covid-19.
Três relatórios de especialistas, serão apresentados aos 194 países membros pedindo amplas reformas nos sistemas de alerta e prevenção para evitar outras falhas como no inicio da pandemia de covid-19.
Algumas propostas foram recusadas logo de inicio, uma delas era para a OMS poder enviar rapidamente equipes de investigação a um país em epidemia. China e Rússia rejeitaram se comprometer em abrir fronteiras para investigações. A posição do Brasil foi parecida, porque aceitava investigação pela OMS, desde que em colaboração com o país afetado.
Também foi eliminada proposta para obrigar o compartilhamento de patógenos e dados de sequenciamento genético de patógenos. Segundo um negociador, isso ocorreu porque os EUA não queriam aceitar referência a “compartilhamento equitativo”. Brasil, Índia, Indonésia e Egito rejeitaram proposta americana de obrigação de compartilhamento sem contrapartida que, segundo os EUA, era para proteger a saúde pública.
Por fim, a resolução prevê agora que o diretor-geral da OMS poderá trabalhar em conjunto com Estados membros, comunidade médica e científica e redes de laboratório e vigilância, “para promover o compartilhamento precoce, seguro, transparente e rápido de amostras e dados de sequência genética de patógenos pandêmicos e epidêmicos, ou outros de alto risco e potencial, levando em conta as leis, regulamentos, obrigações e estruturas nacionais e internacionais relevantes”. Esse texto permite a China, Índia ou qualquer outro país citar regulação nacional para negar o compartilhamento de dados.