Da Redaçã0 – Estados Unidos e Ucrânia formalizaram nessa quarta-feira, 30, uma parceria econômica que garante aos americanos acesso aos ricos depósitos minerais ucranianos, como lítio, titânio, grafite e terras raras. Esse acordo após meses de negociações, reflete interesses mútuos: Washington busca reduzir sua dependência da China em minerais estratégicos, enquanto Kiev assegura apoio econômico e militar em meio à guerra com a Rússia.
A Ucrânia possui cerca de 5% dos recursos minerais brutos globais, incluindo um terço das reservas de lítio da Europa e 20% do grafite mundial. No entanto, 70% desses depósitos estão em áreas ocupadas pela Rússia, como Donetsk, o que desafia a exploração imediata. O acordo prevê um fundo conjunto para arrecadar receitas de recursos naturais, destinando parte à reconstrução ucraniana e outra aos EUA, como compensação pela ajuda de cerca de US$ 60 bilhões fornecida desde o início do conflito.
As negociações enfrentaram tensões. Inicialmente, os EUA exigiram metade das receitas minerais, proposta rejeitada por Zelensky, que temia ceder o controle de recursos nacionais. A versão final, assinado nessa quarta-feira, equilibrou os termos, mas não incluiu garantias de segurança americana, uma prioridade para a Ucrânia. A aproximação de Trump com a Rússia, incluindo diálogos bilaterais sem Kiev, gerou desconfiança, enquanto a Europa teme perder influência, já que mantém um pacto mineral com a Ucrânia desde 2021.
Apesar do potencial, obstáculos como corrupção, infraestrutura danificada e falta de dados geológicos detalhados podem limitar os benefícios. Para a Ucrânia, a parceria é uma aposta para fortalecer sua economia e manter os EUA como aliados estratégicos, enquanto os americanos veem uma oportunidade de dominar o mercado de minerais críticos. O sucesso do acordo dependerá da capacidade de superar barreiras logísticas e geopolíticas, em um cenário global que passa por profundas mudanças.