JSNEWS – A administração Trump tem promovido negociações com pelo menos 58 países para que aceitem imigrantes deportados, incluindo aqueles que não possuem vínculo com essas nações, como parte de uma política de deportação em massa. A iniciativa ganhou força após uma decisão da Suprema Corte, em 23 de junho de 2025, que removeu restrições à deportação para países terceiros, permitindo remoções rápidas sem amplo processo legal. A decisão, por 6 votos a 3, anulou uma ordem judicial que exigia aos imigrantes a oportunidade de contestar deportações para países desconhecidos.
Países como México, El Salvador, Guatemala, Panamá, Costa Rica, Ruanda e Kosovo já assinaram acordos para receber deportados, enquanto negociações prosseguem com nações como Angola, Líbia, Sudão do Sul e Uganda. Os EUA têm oferecido incentivos, como pagamentos e isenções de restrições de viagem, para garantir a cooperação. Contudo, algumas nações, como Angola, negaram envolvimento, e há preocupações sobre a segurança dos deportados em países com conflitos ou violações de direitos humanos. Um exemplo é o caso de oito imigrantes de Mianmar, Vietnã e Cuba, inicialmente destinados ao Sudão do Sul, mas redirecionados para uma base militar dos EUA em Djibouti após intervenção judicial, devido a riscos de tortura.
A política tem gerado controvérsias. Defensores de direitos humanos argumentam que ela viola o direito internacional ao enviar imigrantes para locais sem laços culturais ou linguísticos, frequentemente perigosos. A decisão da Suprema Corte, apoiada pela maioria conservadora, foi criticada por juízes liberais como uma legitimação de práticas arbitrárias. O governo busca 150 bilhões de dólares para financiar centros de detenção, segurança na fronteira e mais agentes de imigração.
A natureza sigilosa desses acordos levanta questões éticas e legais, com processos judiciais em curso questionando sua implementação.