JSNEWS, 9 de junho de 2025 – Os Estados Unidos condenaram veementemente o atentado contra o senador colombiano Miguel Uribe Turbay, baleado na cabeça em 7 de junho durante um evento de campanha em Bogotá. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, classificou o ataque como “uma ameaça direta à democracia” e atribuiu a violência à “retórica inflamatória de esquerda” do presidente Gustavo Petro, exigindo que ele modere seu discurso para proteger autoridades e evitar o retorno aos “tempos sombrios” de violência política na Colômbia, um país marcado por décadas de guerrilhas sangrentas.
Uribe, 39 anos, do partido conservador Centro Democrático, permanece em estado crítico após cirurgias na Santa Fe Foundation. Um menor de 15 anos foi detido com uma pistola Glock 9mm, e o governo colombiano oferece uma recompensa de 3 bilhões de pesos (US$ 730 mil) por informações sobre os mandantes.
Petro: Um Esquerdista Radical e sua Retórica Polarizadora
Gustavo Petro, primeiro presidente de esquerda da Colômbia, eleito em 2022, lidera uma agenda radical para ‘refundar’ o país, promovendo reformas tributária, aumento de impostos, agrária desapropriações e da saúde, além de propor uma nova constituinte.
Sua retórica confrontacional e mobilização de ativistas para pressionar o Congresso intensificaram a polarização em um país com histórico de violência entre guerrilhas, paramilitares e cartéis. Petro, ex-membro do grupo guerrilheiro M-19, é acusado de demonizar opositores e a mídia, criando um clima que pode incitar fanáticos à violência. Três exemplos de seu discurso de ódio incluem:
- Ataque ao Congresso (Dezembro 2024): Em Barranquilla, Petro declarou: “Maldito o parlamentar que destrói a prosperidade do povo”, criticando a rejeição de suas reformas. A fala foi vista como um ataque às instituições democráticas, inflamando apoiadores contra legisladores.
- Demonização da Oposição (2022-2025): Petro chamou o ex-presidente Álvaro Uribe e aliados de “assassinos do povo” e “fascistas”, associando o Centro Democrático a “nazistas”. Essas acusações, repetidas em comícios e no X, alimentam hostilidades e podem inspirar atos violentos.
- Ataques à Mídia (2022-2023): Petro acusou a revista Semana de “xenofobia” e “calúnias” por críticas às suas políticas, levando a ameaças contra jornalistas por seus apoiadores, o que intensifica o clima de intolerância.
Contexto de Violência e Reação Internacional
A Colômbia viveu décadas de violência política, com assassinatos de candidatos presidenciais nos anos 1980 e 1990, como Luis Carlos Galán. O atentado contra Uribe, neto do ex-presidente Julio César Turbay e filho da jornalista Diana Turbay, morta pelo cartel de Medellín, reaviva esses traumas.
Petro condenou o ataque, mas Rubio insiste que sua retórica, como a crítica a opositores como “traidores”, contribui para a violência. Outros países, como Chile e Equador, também condenaram o atentado, pedindo unidade.
A polarização, exacerbada pelas reformas de Petro e sua mobilização de ativistas, ameaça a estabilidade democrática. Rubio alerta que o país não pode retroceder à era de guerrilhas sangrentas, enquanto Petro promete investigar o ataque, mas sem recuar em sua agenda de radicalização que seria a causa do atentado contra seu opositor.