Da Redação – O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira, 12, a apoiadores que o fechamento dos parques fabris da Ford no Brasil aconteceu porque a empresa “perdeu para a concorrência” e “em um ambiente de negócios, quando não se tem lucro, se fecha“. “Assim é na vida e na nossa casa“, completou o presidente que disse lamentar a escolha da montadora de encerrar a produção no País e do fechamento de 5 mil postos de trabalho.
Em dezembro do ano passado, a empresa comunicou um programa de investimentos de US$ 580 milhões (cerca de R$ 3,17 bilhões) na Argentina.
Bolsonaro disse aos apoiadores na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada – “Lamento os cinco mil empregos perdidos. Agora a empresa não fala que em novembro. Agora a imprensa não fala que em novembro nós criamos 414 mil empregos. E estamos perdendo cinco mil agora. Repito, lamento. Mas o que a Ford quer? Faltou a Ford dizer a verdade. Querem subsídios. Vocês querem que eu continue dando 20 bilhões para eles como fizeram nos últimos anos? Dinheiro de vocês, de impostos de vocês para fabricar carro aqui? Não. Perdeu a concorrência. Lamento”.
Na segunda (11), ao anunciar o fim da produção no Brasil, a montadora citou a ociosidade nas fábricas por conta da redução nas vendas, agravada da pandemia. Segundo a empresa, desde 2013, a Ford América do Sul acumulou “perdas significativas” e a matriz, nos Estados Unidos, tem auxiliado nas necessidades de caixa, “o que não é mais sustentável”.
A fabricante apontou ainda, entre os motivos da decisão, a desvalorização das moedas da região, que “aumentou os custos industriais além de níveis recuperáveis”.
Mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão comentou a saída da Ford do Brasil. Para Mourão, a empresa poderia ter esperado a recuperação da economia.
“A Ford ganhou bastante dinheiro aqui no Brasil, recebeu incentivo. Ela poderia ter esperado. A gente entende que no mundo inteiro a empresa está passando por problemas, a indústria automobilística está passando por problemas, está havendo uma mudança. Mas eu acho que o nosso mercado tem plenas condições de assimilar, vamos dizer assim, a partir do momento que retomar a economia de uma forma normal”, disse Mourão.