JSNEWS – A França está permitindo que os profissionais de saúde infectados pelo coronavírus que tenham sintomas leves ou assintomáticos continuem tratando pacientes em vez de se isolarem, essa é uma medida extraordinária destinada a aliviar a escassez de pessoal em hospitais e outras instalações de saúde causada por uma explosão sem precedentes nos casos de Covid-19.
A isenção especial às regras de quarentena da França estão sendo aplicadas em hospitais, asilos de idosos, consultórios médicos e outros serviços essenciais de saúde e atesta a crescente tensão no sistema médico francês afetado pela variante de ômicron.
Trata-se de um risco calculado, e há a possibilidade de que os profissionais de saúde com COVID-19 possam infectar colegas de trabalho e pacientes que podem desenvolver sintomas graves, mesmo diante dessa possibilidade o governo Francês diz ser necessário diante da necessidade de manter os serviços essenciais funcionando.
Fora do setor saúde, para aqueles que não estão cobertos pela isenção especial, as regras de quarentena da França exigem pelo menos cinco dias de auto-isolamento para os totalmente vacinados que testam positivo. Para os não vacinados, o auto-isolamento é de pelo menos sete dias.
Governos e indústrias alertaram que as regras de isolamento estão criando escassez de pessoal em vários setores, já que a variante ômicron causa aumentos de infecções em muitos países. Em alguns lugares, as quarentenas foram encurtadas, incluindo a França, para levar os trabalhadores de volta aos seus postos.
As autoridades hospitalares francesas disseram que a nova flexibilidade do auto-isolamento os ajudaria a tapar os buracos de pessoal. “Se o sistema ficar muito tenso e 50% da nossa equipe for testada positiva então os menos sintomáticos serão convocados a trabalhar porque os pacientes ainda precisarão ser atendidos”, disse o Dr. Marc Leone, chefe de anestesiologia do Hospital Norte, na cidade de Marselha, no sul. “Mas ainda não estamos nessa situação”, disse ele.
As novas regras foram detalhadas em uma mensagem do Ministério da Saúde da França nesse domingo,2, e dirigida aos hospitais, unidades de saúde e autoridades de saúde e foi divulgada pela Associated Press e podem ser implementadas nesta semana.
O alerta do ministério disse que o auto numero de infecções por causadas pelo COVUD-19 na França representa “um grande risco de interrupção da oferta de cuidados“. Ele descreveu a medida como “excepcional e temporária” o comunicado também altera que a medida é excepcional e que será revogada quando o sistema de saúde não estiver tão saturado.
Na região de Paris, os hospitais disseram que a medida poderia ser aplicada como último recurso se os funcionários infectados forem urgentemente necessários para ajudar a manter os serviços abertos e se eles se voluntariarem para trabalhar.
As instruções do Ministério da Saúde da França dizem que, sempre que possível, os trabalhadores infectados não devem estar em contato com pacientes não vacinados ou “com portadores de condições medicas pré-existentes”. O ministério também orienta que os profissionais de saúde infetados devem limitar ao máximo suas interações com os colegas de trabalho e não podem participar de atividades compartilhadas onde máscaras faciais são removidas, como pausas para alimentos e bebidas.
Com o maior número de casos diários confirmados de vírus na Europa, a França está em uma posição cada vez mais desafiadora.
A média diária de casos detectados na França mais do que dobrou em uma semana registrando um recorde de 271.686 casos diários de vírus na terça-feira.
Mais de 20.000 pessoas estão hospitalizadas com o vírus na França, um número que vem aumentando constantemente há semanas, mas não tão acentuadamente quanto as taxas de infecção.
Os pacientes COVID-19 preenchem mais de 72% dos leitos de UTI da França, e o outrora renomado sistema de saúde está novamente mostrando sinais de tensão. A maioria dos pacientes com vírus em UTIs não são vacinados, embora 77% da população tenha tido pelo menos duas doses.
Mais de 124.000 pessoas morreram na França em decorrência das complicações causadas pela Covid-19.