FOLHAPRESS – Pelo menos quatro pessoas morreram nos Estados Unidos com a passagem do furacão Helene, que também deixou mais de 2 milhões de residências sem energia elétrica e provocou o disparo de alertas de inundações repentinas.
O fenômeno chegou a atingir a categoria 4 (numa escala de até 5) ao passar pela Flórida na noite de quinta-feira, e seguiu rumo ao interior da Geórgia como uma tempestade tropical nesta sexta-feira, segundo comunicado do Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês). Os governadores da Flórida, Geórgia, Alabama, Carolinas e Virgínia declararam estado de emergência em seus estados.
O governador da Geórgia, Brian Kemp, afirmou que duas pessoas morreram no centro do estado e pediu aos moradores “que se preparem para novos impactos do Helene”. A imprensa local informou que as duas vítimas, um homem e uma mulher ainda não identificados, morreram quando o trailer onde moravam foi arrastado pelo tornado.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, anunciou que uma pessoa morreu enquanto dirigia na cidade de Tampa, e uma menina de 4 anos também foi morta em um acidente de carro na Carolina do Norte.
O Serviço Nacional de Meteorologia declarou que a região metropolitana de Atlanta, na Georgia, corre o risco de “emergência de enchente repentina” à medida que a tempestade tropical passa a leste da cidade. Meteorologistas informaram que Atlanta tem passado pelo período de três dias mais chuvosos em 104 anos, e resgates devido às enchentes estão sendo relatados em toda a região, publicou o New York Times.
O NHC em Miami informou que o furacão Helene atingiu a costa por volta das 23h10 no horário local (00h10 em Brasília), na região de Big Bend, uma área florestal no noroeste da Flórida. Os ventos máximos chegaram a 225 km/h nas imediações da cidade de Perry, a apenas 32 km a noroeste de onde o furacão Idalia, de categoria 3, atingiu a costa no ano passado. Ainda não se sabe a extensão da maré de tempestade (ressaca) e os danos causados na manhã desta sexta, em parte porque vários medidores pararam de funcionar, segundo Parks Camp, meteorologista do Serviço Nacional de Meteorologia da Flórida.
Mesmo assim, especialistas já indicaram que o Helene quebrou recordes de maré de tempestade na Flórida, muitos dos quais tinham sido estabelecidos pela última vez com o Idalia, em agosto de 2023. A maré de tempestade — a elevação dos níveis de água causada pelos ventos fortes que empurram a água do oceano para a costa — é a principal causa de mortes por furacões, segundo o Centro Nacional de Furacões.
As marés de tempestade podem ocorrer rapidamente, às vezes sem tempo para que as pessoas ajam. Apenas cerca de 15 cm de água de enchente em movimento rápido podem derrubar um adulto, segundo o centro. São necessários 60 cm de água corrente para arrastar a maioria dos veículos, incluindo caminhonetes e SUVs. Além disso, edifícios que sobrevivem aos ventos de um furacão podem ser danificados pela maré. Na costa de Big Bend, era esperado que o Helene provocasse marés de até 6 metros. Os níveis de água devem começar a baixar nesta sexta.
Os aeroportos de Tampa e Tallahassee foram fechados, e o governador DeSantis afirmou que “provavelmente haverá mais perdas de vidas e de propriedades” nesta sexta. Ele mobilizou a Guarda Nacional e milhares de profissionais para possíveis operações de busca e resgate, assim como restabelecimento de energia. Após informar o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a situação, a administradora da Agência Federal para a Gestão de Emergências, Deanne Criswell, disse que o fenômeno “afetará vários estados”.
Na Flórida, o escritório do xerife do condado rural de Taylor pediu que os moradores escrevessem seus nomes, data de nascimento e informações importantes no braço ou na perna com caneta permanente, de modo que possam ser identificados. O conselho dramático é semelhante ao que outros oficiais já deram durante furacões anteriores.