COM R7 – Na última semana, os Estados Unidos acusaram formalmente o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e outros 13 membros do governo de narcoterrorismo e de tentarem levar drogas para dentro dos Estados Unidos.
Enquanto Maduro rechaçou a acusação, um general aposentado venezuelano se entregou para o governo norte-americano.
Clíver Alcalá se tornou uma das figuras mais importantes no caso contra Maduro. O general aposentado é acusado pelos Estados Unidos de pertencer a um cartel e é acusado pela Venezuela de trair a pátria e orquestrar um golpe contra Maduro com a ajuda do lider da oposição, Juan Guaidó, segundo o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab.
Apesar de assumir protagonismo agora no processo contra Maduro, Alcalá era uma figura-chave durante o governo de Hugo Chávez, a quem era extremamente leal. Depois da morte do presidente, Alcalá se aposentou das Forças Armadas e começou a fazer oposição a Maduro.
Ele se entregou ao governo dos Estados Unidos na última sexta-feira (28). A Venezuela quer que ele seja mandado de volta ao país natal, mas os EUA vão interrogá-lo.
Acusações de tráfico
Segundo o jornal El Espectador, essa acusação de narcotráfico não é a primeira na ficha de Alcalá. Em 2011, o Departamento de Justiça dos EUA acusou o general e mais três funcionários venezuelanos de participarem do tráfico de drogas.
Em 2012, a acusação se repetiu vindo do juíz Eladio Aponte Aponte, que o acusou de participar do tráfico na Venezuela, e outro homem acusado de ser traficante, Walid Makled, acusou o ex-militar de fazer parte de um cartel.
A nova acusação dos Estados Unidos coloca Alcalá como sendo membro de uma organização criminosa com membros do governo venezuelano e diz que ele teria recebido ordens de Chávez para coordenar os membros corruptos do exército da Venezuela e criar vínculos com cartéis colombianos e com as FARC para levar cocaína até os EUA.
Levado para os EUA
O Departamento de Justiça dos EUA colocou um valor alto para informações que levassem à captura dos 14 acusados de narcoterrorismo da Venezuela, como 15 milhões de dólares para Maduro e 10 milhões para outros membros do governo, incluindo Alcalá.
O general se entregou ao governo norte-americano na sexta-feira (28), e foi levado para os EUA em uma avião saído da Colômbia e com permissão especial para voar, já que o país está com restrição de voos por causa do coronavírus.
Confissão
Segundo o El Espectador, Alcalá confessou fazer parte do Cartel de los Soles, um grupo narcotraficante formado por membros das Forças Armadas da Venezuela e alguns políticos.
Ele também publicou uma série de vídeos nas redes sociais em que confirma a existência de um plano para derrubar Maduro e que Juan Guaidó, líder da oposição e autodeclarado presidente interino do país, também participou. O plano envolvia uma série de ataques contra a Venezuela saídos da Colômbia, com quem o país não tem mais uma boa relação diplomática.
Alcalá também disse que outros membros da oposição, como Leopoldo López e Sergio Vergara, além de membros dos EUA sabiam do plano e estavam ajudando na compra de armas e que Guaidó teria assinado o contrato da compra.
As autoridades colombianas encontraram na semana passada um arsenal de 26 fuzis de assalto AR-15, acessórios militares, 30 miras laser, 37 óculos de visão noturna, oito silenciadores, coletes à prova de balas, casacos e outros equipamentos que poderiam ser usados durante os ataques e Alcalá foi responsabilizado pelos armamentos.