EFE – A governadora de Michigan, Gretchen Witmer, acusou neste domingo (18) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de incitar o que classificou de terrorismo doméstico, depois de ser hostilizada por seguidores do mandatário do mandatário do país.
A política democrata, segundo investigações que levaram ao indiciamento de 13 pessoas na quinta-feira, era alvo de um plano de sequestro e assassinato, que incluía integrantes da milícia de extrema-direita Wolverine Watchman. Ontem, após Trump citá-la em um comício, foi possível ouvir pessoas dizendo “enterrem-na“.
“É incrivelmente perturbador que o presidente dos Estados Unidos, dez dias após o plano de sequestro, tenha me colocado em julgamento e me executado. O presidente está nisso, inspirando e incentivando e incitando este tipo de terrorismo doméstico“, disse Whitmer, em entrevista à emissora americana NBC News.
Críticas às restrições no Michigan
No discurso de ontem à noite, realizado em um aeroporto no condado de Muskegon, em Michigan, Trump criticou a governadora, por causa das restrições impostas no estado, o que provocou a reação do público que o acompanhava.
“Têm que conseguir que a governador reabra o estado. Conseguir que as escolas abram, as escolas precisam estar abertas. Não é verdade?“, indago o presidente.
A partir daí, diversos presentes no ato passaram a gritar “lock her up” (enterrem-na), uma expressão que se popularizou na última campanha presidencial, usada em direção a ex-secretária de Estado e então candidata democrata, Hillary Clinton.
Diante da reação do público contra Whitmer, Trump riu e respondeu “vamos encerrar“, sem fazer qualquer comentário.
Na entrevista à NBC News, Whitmer não poupou críticas ao atual presidente.
“É errado, isso tem que acabar, é perigoso, não só para mim e minha família, mas também para os funcionários públicos que estão fazendo trabalho deles e tentando proteger os americanos“, concluiu.