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O Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos abriu licitações em busca de uma empresa privada para reativar e administrar uma instalação destinada a detenção de imigrantes na base naval na Baía de Guantánamo, Cuba. A licitação ocorre em meio ao agravamento da crise de imigração na fronteira com o México, principalmente quando mais de 14 mil imigrantes, em sua maioria haitianos, ficaram abrigados debaixo de uma ponte na Cidade de Del Rio no estados do Texas.
Entre os critérios exigidos para o fechamento do contrato está a de que a empresa escolhida tenha pelo menos 10% de seus guardas a fluência em espanhol e em crioulo haitiano, que segundo o Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), é o idiomas da maior parte das pessoas que tentam cruzar a fronteira americana.
Embora o DHS afirme que não enviará a Guantánamo imigrantes que estão entre os milhares acumulados em um acampamento improvisado debaixo de uma ponte na fronteira, o movimento para a reabertura do centro acende alertas sobre as ações da gestão Biden diante da crise migratória.
Segundo os registros do governo americano, a licitação foi aberta no último dia 17, dois dias antes de o Acnur, agência da ONU para refugiados, contar mais de 14 mil imigrantes acampados em choças precariamente construídas com galhos e lonas à beira do Rio Grande (o rio que divide México dos Estados Unidos), sem as mínimas condições básicas de higiene e alimentação.
O edital afirma que o centro reaberto terá uma população diária estimada de 20 pessoas, mas o prestador de serviços deverá ter condições para erguer instalações temporárias para abrigar até 400 migrantes em um “evento de pico”.
O centro de detenção de migrantes na base de Guantánamo já abrigou mais de 12.000 haitianos no início da década de 1990. De acordo com a Ong. Global Detention Project, a base não recebe migrantes desde 2017.