Homem é espancado até a morte em supermercado do grupo #Carrefour em Porto Alegre
Os dois homens, um de 24 anos e outro de 30 anos, foram presos em flagrante. Um deles é policial militar. O outro é segurança da loja. #BLM #RacismoNao pic.twitter.com/qXWEAQNyRQ
— JCeditores – JNFNEWS (@JCeditores) November 20, 2020
Da Redação – Um homem negro foi morto ao ser espancado por seguranças de uma loja do Carrefour Brasil em Porto Alegre, na noite de quinta-feira, véspera do feriado da Consciência Negra em várias cidades do país, em mais um caso de violência ocorrido nas dependências do grupo no país.
João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, teria discutido com uma caixa do supermercado, que chamou a segurança da loja.
Um vídeo (acima) do momento do espancamento mostra Freitas sendo agredido por dois homens, identificados como Magno Braz Borges, segurança do Carrefour Passo D’Areia, e Giovani Gaspar da Silva, policial militar temporário. De acordo com testemunhas, Silva estaria fazendo compras quando participou do espancamento.
No vídeo, Freitas aparece sendo agarrado por um dos homens enquanto o outro dá socos em sua cabeça. Depois, um dos homens coloca o joelho nas costas do homem enquanto o outro continua batendo. Uma mulher, identificada depois como também funcionária do Carrefour, de acordo com a mídia local, filma a agressão de perto.
A polícia foi chamada depois que Freitas já estava imóvel. Uma ambulância também foi chamada, mas o homem agredido já estava morto.
Os dois agressores foram presos em flagrante e autuados por homicídio triplamente qualificado.
Em nota, a Brigada Militar, como é chamada a Polícia Militar do Rio Grande do Sul, informou que Silva não é policial efetivo, não estava em serviço policial e tem atribuições restritas a atividades administrativas e video-monitoramento. Segundo a BM, a conduta de Silva fora do horário de trabalho será “avaliada com todos os rigores da lei”.
O Carrefour tem muitos outros “casos isolados’. Relembre:
Em dezembro de 2018, o Carrefour foi alvo de críticas em todo o país pela forma com que lidou com a presença de um cachorro sem dono na entrada de uma de suas lojas em Osasco, na Grande São Paulo. Segundo testemunhas, às vésperas de uma visita de inspeção, o dono da loja teria orientado um funcionário a “se livrar” do cão. Ele então foi envenenado e agredido com o que parece ser uma barra de ferro.
As imagens do cãozinho ensanguentado também viralizaram nas redes sociais.
Dois meses depois, em fevereiro de 2019, um homem de 75 anos foi expulso de um Carrefour em Anápolis (GO) após supostamente ter sido “confundido” com uma pessoa em situação de rua. Com problemas de saúde, o idoso não podia usar sapatos fechados e calçava sandálias (chinelos).
O segurança que o conduziu para fora da loja foi posteriormente demitido.
Em 14 agosto deste ano, um representante de vendas morreu enquanto trabalhava numa loja do Carrefour em Recife, e teve o corpo coberto com guarda-sóis e cercado por caixas de papelão, engradados de cerveja, tapumes improvisados entre as gôndolas.
Funcionários e clientes que estavam no supermercado disseram que o estabelecimento permaneceu funcionado normalmente. O Carrefour identificou o homem como Moisés Santos e disse, em nota, que a causa da morte foi infarto.
No caso do cãozinho envenenado a matriz francesa também informou que tomou providências após os acontecimentos, “como treinamento reforçado para sensibilizar sobre a questão da discriminação, ou parcerias com ONGs“.
“Assim, o Carrefour Brasil doou 14 mil quilos de alimentos ou apoiou 450 abrigos de cães e gatos por meio de uma parceria firmada com a Ampara Animal“, informou.
Veja a íntegra da nota do Carrefour sobre o caso de Porto Alegre
O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário.
O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente. Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais.