JSNEWS – Uma megaoperação do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) prendeu 1.461 pessoas em Massachusetts em maio, acusadas de viver ilegalmente nos EUA. Batizada de “Operação Patriota”, a ação envolveu agentes de várias agências federais, como a Alfândega e Proteção de Fronteiras e a DEA, mas o ICE revelou poucos detalhes, acirrando tensões no estado. A operação, que mirou supostos imigrantes ilegais, incluindo 790 com acusações ou condenações por crimes como homicídio, estupro e tráfico, foi elogiada por republicanos, mas criticada por democratas, que exigem transparência e respeito aos direitos dos detidos.
Todd Lyons, diretor interino do ICE, defendeu a ofensiva em Boston: “Vamos continuar. Enquanto nossos agentes estavam nas ruas, mais criminosos foram soltos nas comunidades.” Entre os casos destacados, está um salvadorenho de 55 anos com notificação da Interpol por homicídio qualificado, um guatemalteco de 32 anos acusado de agressão sexual em Boston e um hondurenho de 37 anos preso em Fall River por estupro e sequestro de menor. Porém, sobre as outras 671 pessoas detidas, o ICE nada informou, o que gerou críticas. “Não divulgamos nomes”, disse James Covington, porta-voz do ICE.
A operação, que atingiu cidades como Martha’s Vineyard, Nantucket e Worcester, gerou revolta. Vídeos de prisões, com ativistas tentando intervir, viralizaram. A governadora Maura Healey, democrata, cobrou clareza, especialmente no caso de Marcelo Gomes, estudante brasileiro de 18 anos detido em Milford enquanto ia treinar vôlei. “O ICE precisa dizer quem prendeu, por quê e onde estão. Isso é questão de justiça e segurança pública”, disse Healey. Gomes, nos EUA desde os 6 anos, está em um centro de detenção em Burlington, e sua prisão mobilizou protestos com centenas de pessoas.
A ofensiva reflete a promessa de Trump de deportações em massa, mirando “cidades santuário” como Massachusetts, que limitam a cooperação com o ICE. Uma decisão judicial impede a polícia local de deter pessoas só por questões imigratórias, e os gastos de Healey com abrigos para imigrantes alimentam o debate. Republicanos, como Brian Shortsleeve, acusam a governadora de atrair criminosos: “Ela abriu as portas para gangues, e os contribuintes pagam a conta.” Mike Kennealy, outro candidato, culpa as “políticas santuárias” pelas prisões e promete cooperação total com o ICE se eleito.
Ativistas, como a LUCE Immigration Justice Network, pedem que a comunidade denuncie detenções, enquanto a procuradora-geral Andrea Campbell lançou um guia “Conheça Seus Direitos” para orientar imigrantes.
Dos detidos, 277 tinham ordens de deportação, incluindo assassinos e traficantes, mas a falta de detalhes sobre outros casos mantém o clima de medo nas comunidades locais.