Washington, 26 de novembro de 2025 – véspera de Ação de Graças. Dois guardas nacionais de West Virginia patrulhavam a 17th Street, a 500 metros da Casa Branca, quando um homem saiu de trás da esquina e abriu fogo à queima-roupa. A mulher levou tiros no peito e na cabeça; o homem foi atingido em seguida. Um terceiro soldado reagiu, baleou o atirador e o imobilizou. Resultado: dois militares em estado crítico nos UTIs de D.C. e um suspeito preso e hospitalizado.
O atirador é Rahmanullah Lakanwal, 29 anos, afegão de Khost que chegou aos EUA em 8 de setembro de 2021 na onda da Operation Allies Welcome, o programa humanitário de Biden que evacuou 85 mil pessoas em tempo recorde após a queda de Cabul. Ex-soldado de forças especiais afegãs, passou dez anos lutando ao lado de americanos e da CIA contra o Talibã. Ele entrou com parole humanitário de dois anos, reassentou em Bellingham (Washington), trabalhou na Amazon, casado, cinco filhos, sem antecedente criminal. Em abril de 2025, já no governo Trump, ganhou asilo definitivo.
Nenhum manifesto ou nenhuma reivindicação foi emitido pelo atirador. O FBI trata como possível terrorismo doméstico, mas pode ser vingança pessoal ou radicalização silenciosa. O afegão dirigiu 4.300 km de carro até D.C. com a arma no carro (alguém que faça isso não pode alegar que foi movido por impulso).
Trump postou um video em suas redes sociais onde chamou Lakanwal de “animal depravado”, exigiu pena de morte federal sem apelações longas, suspendeu indefinidamente toda imigração afegã e mandou reavaliar caso a caso os 85 mil que entraram com Biden. “Isso é o que acontece quando se abre a porta sem checar quem entra”, disparou.
Na manhã dessa quinta-feira, 27, os dois estão se recuperando do atentado e seguem em condições estáveis. Lakanwal sob custódia policial algemado à cama de um hospital, aguardando indiciamento.
O Secret Service reforçou o perímetro da Casa Branca, e mais 500 guardas nacionais já estão a caminho da capital. Um ex-aliado da CIA que virou suspeito de emboscada a militares americanos, a três quarteirões do Salão Oval. A ferida do Afeganistão, quatro anos depois, ainda sangra – e agora sangra em plena Washington.


